Política

Estatuto detalha atuação do Coaf na lei de lavagem

O decreto presidencial mantém a previsão de que o órgão pode "aplicar penas administrativas, receber, examinar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades ilícitas

Estatuto detalha atuação do Coaf na lei de lavagem Estatuto detalha atuação do Coaf na lei de lavagem Estatuto detalha atuação do Coaf na lei de lavagem Estatuto detalha atuação do Coaf na lei de lavagem

O novo estatuto do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), publicado ontem, com o Decreto 9.663, detalha as condições para as autuações e julgamentos de pessoas físicas e jurídicas que eventualmente não implementarem as obrigações previstas na Lei de Lavagem de Dinheiro. Analistas esperam uma “enxurrada” de fiscalizações e punições severas do novo Coaf sob a gestão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.

O decreto presidencial mantém a previsão de que o órgão pode “aplicar penas administrativas, receber, examinar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades ilícitas”. O texto estabelece, ainda, que o Coaf poderá celebrar acordos de cooperação técnica e convênios com entes públicos ou entidades privadas para executar a lei.

Nathália Peresi, especialista em Direito Penal Empresarial, avalia que o decreto prevê instrumentos mais duros e muito menos garantistas que a persecução judicial do crime de lavagem de dinheiro. “Resta saber o impacto da nova regulamentação como eficiente, mas legítimo, instrumento de combate à lavagem de dinheiro”, disse.

O advogado criminalista Carlos Eduardo Scheid observa que o decreto cria condições para que o Coaf fiscalize e aplique multas às empresas. “Pessoas físicas e jurídicas que trabalham com bens e valores têm o dever de informar movimentações ao Coaf tal qual as instituições financeiras”, afirmou.

Scheid disse ainda que, com Moro no comando, o Ministério da Justiça deve ter uma leitura “americanizada” do Direito, o que significa terceirizar às empresas o monitoramento de operações suspeitas, para informar às autoridades. Ele espera, nos próximos meses, uma “enxurrada” de autuações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.