Giro Político

Ex-aliado de Arnaldinho com Pazolini, a visita de Hartung e Esmeraldo vai seguir o filho?

Ex-aliado de Arnaldinho, Bruno Lorenzutti vai caminhar agora com Pazolini. Os dois prefeitos são pré-candidatos ao governo e podem se enfrentar no ano que vem

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Bruno Lorenzutti, Lorenzo Pazolini e Erick Musso
Bruno Lorenzutti, Lorenzo Pazolini e Erick Musso. Foto: Reprodução/Arquivo Bruno Lorenzutti

Bruno Lorenzutti: de casa nova e com uma missão

Com a contribuição de Julia Camim

Ex-presidente da Câmara de Vila Velha e ex-aliado do prefeito Arnaldinho Borgo, Bruno Lorenzutti se filiou, na última quarta-feira (23), ao Republicanos e pretende caminhar no ano que vem ao lado do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos) – pré-candidato ao governo do Estado.

“Acredito muito em um projeto coletivo. Por isso tomei essa decisão, para construir um projeto coletivo a nível estadual. Claro que tenho meu objetivo pessoal, mas vejo no Pazolini uma representação desse novo ciclo que o Estado vai viver a partir de 2027”, disse Bruno à jornalista Julia Camim.

O ex-vereador, que pretende disputar uma cadeira na Ales, foi cotado para ser vice de Arnaldinho no ano passado. Ele e o prefeito eram do Podemos e Bruno chegou a mudar de partido (foi para o MDB) na expectativa de ser escolhido para a chapa à reeleição.

Mas a vaga foi preenchida por Cael Linhalis (PSB) – algo que já era especulado desde agosto de 2023, conforme noticiou a coluna. Isso fez com que Bruno rompesse com o prefeito e escolhesse, agora, caminhar no lado oposto.

Embora tenha relação de amizade com o presidente estadual do Podemos, deputado Gilson Daniel, e portas abertas para voltar para a sigla, Bruno não quer seguir o mesmo posicionamento que o antigo partido tomou: de apoiar o governo do Estado.

À repórter Julia, explicou: “Tenho uma relação histórica com o Podemos – partido pelo qual exerci meus mandatos –, uma relação de muita parceria com o deputado federal Gilson Daniel. Mas eu refleti sobre o posicionamento de apoio ao governo do Estado. Respeito o posicionamento, mas não é um caminho em que me sinto confortável”.

Uma das principais missões de Bruno será o de abrir caminho e conquistar votos para Pazolini em Vila Velha – o segundo maior colégio eleitoral do Estado e município onde Arnaldinho, que também é pré-candidato ao governo, foi reeleito prefeito com 79,04% dos votos.

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Pai vai acompanhar o filho?

Weverson, Sérgio Sá, Zé Esmeraldo e Vidigal ao se filiarem ao PDT, em 2022

O deputado estadual Zé Esmeraldo está decidido a sair do PDT. Conforme a coluna De Olho no Poder noticiou, ele já enviou documento pedindo a autorização da Executiva para deixar a legenda sem perder o mandato.

“Eu pedi para sair do PDT porque não tem ninguém. Só tem eu. E sem chapa fica difícil”, disse o deputado, que é pré-candidato à reeleição no ano que vem.

O filho dele, o ex-vice-prefeito de Vitória Sérgio Sá, que se filiou junto com Esmeraldo ao PDT em 2022 já deixou a legenda. Desde o ano passado, Sérgio está no MDB.

Quadro orgânico do PSB, Sérgio foi para o PDT numa construção do governo do Estado para ajudar o partido do ex-prefeito Sergio Vidigal, que estava com dificuldades de montar a chapa federal.

Ele disputou vaga à Câmara Federal em 2022, porém, o PDT não alcançou o número mínimo de votos para conquistar uma cadeira. Como não tem mandato eletivo, Sérgio pode sair da legenda sem necessidade de pedir autorização.

Para Esmeraldo, porém, a situação é diferente. Se decidir se desfiliar e trocar de partido, sem anuência do PDT, pode ser acusado de infidelidade partidária e correr o risco de perder o mandato.

Esmeraldo ainda não definiu onde irá se abrigar, mas a ida do filho para o MDB pode ser uma pista.

Em tempo: Questionado se teria intenção de retornar ao PSB, Sérgio respondeu que “no momento, não”. Ele também afirmou que não há nada definido sobre disputar ou não as eleições do ano que vem.

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Governo recua, mas Associação dos Consultores do Tesouro defende decreto

Embora o governo do Estado tenha recuado e alterado o Decreto 6.005-R – que modificou a estrutura da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) e, entre outras coisas, atribuiu função de auditoria à pasta –, a Associação dos Consultores do Tesouro Estadual (ACEES) mantém posição de defesa ao decreto.

Após pressão de entidades ligadas a auditores de controle interno e de um parecer da Procuradoria Geral do Estado (PGE), o governador Renato Casagrande (PSB) publicou o Decreto 6.111-R, no último dia 18, que retirou todas as menções relacionadas à competência de auditoria e mudou o nome da Subgerência que seria responsável em desenvolver a nova função.

Em nota, a Acees diz que o Decreto 6.005-R é legal. “O decreto 6005-R/2025 é legal e constitucional, o que pode ser confirmado junto à SEG, através de parecer da douta Procuradoria Geral do Estado (PGE). Sendo assim, fica a critério do gestor público a revisão das palavras do decreto”, diz parte da nota, que continua:

“Ressaltamos que a Lei Complementar Estadual 225/2002 permanece vigente e, em seu artigo primeiro, trata das atribuições básicas da Sefaz, enquanto órgão central do sistema fazendário, prevendo, dentre outras, a realização de auditoria financeira-contábil”.

A associação diz ainda que o trabalho do Tesouro incrementa aos cofres públicos, por ano, valores acima de R$ 100 milhões na arrecadação.

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“Novo ciclo”

O prefeito de Colatina e presidente estadual do PSD, Renzo Vasconcelos, recebeu, na última quarta-feira (23), a visita do ex-governador Paulo Hartung (PSD).

Em seu perfil do Instagram, Hartung elogiou o prefeito e voltou a dizer que o Estado precisa de um novo ciclo de lideranças. Em entrevista dada à coluna, Hartung já tinha falado sobre o tema, fazendo referência às eleições de 2026.

“Hoje estive com o prefeito Renzo Vasconcelos, na Prefeitura de Colatina – uma liderança jovem e promissora. O Espírito Santo precisa de um novo ciclo de liderança”, escreveu o ex-governador.

Hoje, o PSD é um dos poucos partidos que não estão no leque de alianças do governo do Estado. A legenda tem se aproximado mais do Republicanos, partido do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, cotado para disputar o governo do Estado.

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Fabiana Tostes

Jornalista graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e acompanha os bastidores da política capixaba desde 2011.

Jornalista graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e acompanha os bastidores da política capixaba desde 2011.