O advogado Andrew Farias, que representa o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, disse que seu cliente “atuou ativamente” para demover o ex-presidente Jair Bolsonaro de qualquer iniciativa golpista.
Farias disse que o general “honrou a memória do nosso pacificador Duque de Caxias quando assessorou o (então) presidente da República de que nada podia ser feito diante do resultado das eleições, é o que diz o delator, quando ele se posicionou totalmente contrário a qualquer medida de exceção, quando ele atuou ativamente para demover o presidente da República de qualquer medida nesse sentido”.
O advogado disse que o seu cliente temia que “alguma liderança militar levantasse o braço e rompesse (com o Estado democrático)”.
Por isso, segundo Farias, Paulo Sérgio buscou “unidade (dentro das Forças Armadas) contra qualquer medida de exceção” e “buscou que todos falassem a mesma língua para dissuadir o presidente”.
Farias afirmou ser “compreensível que um comandante de força, de saco cheio desse assunto, não querer falar disso, tudo bem, porque ele está falando para a força dele”, mas que Paulo Sérgio “tinha a responsabilidade de ser o ministro da Defesa e honrar a memória de Caxias da unidade das Forças Armadas contra qualquer medida de exceção”.
O advogado argumentou que a própria acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR) indica que integrantes da organização criminosa que buscou um golpe de Estado no País teriam tentado tirar Paulo Sérgio do Ministério da Defesa diante da falta de apoio ao golpe.
“Segundo a própria acusação, membros dessa organização criminosa estavam lutando para retirar do cargo o general Paulo Sérgio e o general Freire Gomes. Como ele fazia parte da organização se estavam lutando para tirar Paulo Sérgio e Freire Gomes? Não só isso, sofreu ataques virtuais (por atuação contra o golpe)”, declarou.