Ex-prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, Victor Coelho (PSB) deve entrar para o primeiro escalão do governador Renato Casagrande (PSB). Tudo está caminhando para que, entre hoje (04) e amanhã (05), ele seja anunciado como secretário.
Duas pastas são cotadas para o correligionário do governador assumir: Turismo ou Cultura. Na tarde de ontem (02), Victor esteve com o governador no Palácio Anchieta. O encontro rendeu até uma foto que foi postada no perfil do Instagram de Casagrande. Mas não houve anúncios.
Aliados de Victor disseram à coluna De Olho no Poder que haveria 70% de chance do ex-prefeito mudar da Capital Secreta para a Capital do Estado.
A mesma coisa a coluna ouviu de interlocutores do governador, de que tudo estaria quase tudo certo para a entrada de Victor no secretariado, mas que faltaria alinhar alguns pontos antes da definição. Um dos pontos pode ser, exatamente, o destino do ex-prefeito.
Hoje, a Secretaria de Estado do Turismo (Setur) é comandada pelo jornalista Philipe Lemos, que ocupa o cargo por indicação de cota partidária do PDT. Já a pasta da Cultura (Secult) é comandada por Fabrício Noronha, artista e produtor cultural. É cota técnica, do governador.
Noronha está no governo desde o início do mandato anterior de Casagrande e não haveria motivos aparentes para que ele deixasse o cargo, a não ser a recomposição política que o governador está tendo que fazer em seu secretariado para garantir uma frente ampla de alianças para 2026.
Já Philipe está à frente da Setur desde dezembro de 2023, quando uma movimentação do então prefeito da Serra Sergio Vidigal o enviou para o governo do Estado para ocupar um espaço na gestão destinado ao PDT.
Quem estava na cadeira de secretário estadual de Turismo era, até então, Weverson Meireles (PDT), a quem Vidigal chamou de volta à Serra para prepará-lo para sua sucessão – o final da história todo mundo já sabe, Weverson foi eleito prefeito.
Philipe é pré-candidato a deputado federal no ano que vem e vinha desempenhando suas funções na Setur sem muito alarde. Porém, sua permanência à frente da pasta passou a ser ameaçada após Casagrande anunciar Vidigal – que hoje é a maior liderança do PDT – como secretário de Desenvolvimento.
E a ameaça é por dois motivos. O primeiro é que é muito difícil que o PDT continue com o tamanho que está hoje na gestão Casagrande. Contando com Vidigal, são três secretários filiados ao partido: Vidigal, Philipe e o chefe da Casa Civil, Júnior Abreu – sendo que este não contaria como cota partidária.
O mais provável é que, assim como outras siglas aliadas, o PDT ocupe como cota partidária apenas uma cadeira. Até para evitar dor de cabeça para o governador com outros partidos da base.
O segundo motivo é que Casagrande precisa ainda acomodar outras lideranças partidárias, que estiveram com ele em 2022 e que negociam estar em 2026. E o espaço que o governador tem no primeiro escalão é limitado. Por conta disso, o PDT deve perder um nome no primeiro escalão.
Quarta mudança
Casagrande iniciou o ano trocando o comando da robusta Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) – é a pasta com maior orçamento neste ano – para abrigar um aliado. O deputado licenciado Tyago Hoffmann (PSB) assumiu o lugar de Miguel Duarto Neto, que foi para a Fundação Inova.
Menos de uma semana depois foi a vez de mexer no comando da Secretaria de Saneamento e Desenvolvimento Urbano (Sedurb). Para fincar os dois pés do PP no projeto do governo para 2026, o governador retirou Marcus Vicente e o substituiu por Marcos Aurélio, a pedido do presidente progressista, deputado federal Josias Da Vitória.
No último dia 20, foi a vez de Vidigal ser anunciado como novo integrante do primeiro escalão. Ele assume nesse mês a Secretaria de Desenvolvimento, que está sob o comando do vice-governador. Ricardo deixa a pasta para ficar mais livre para rodar o Estado e colocar na rua o “plano A” do governo do Estado, que consiste em elegê-lo ao Palácio Anchieta no ano que vem.
Mais uma cadeira para o PSB?
Victor foi prefeito por dois mandatos consecutivos em Cachoeiro, mas não conseguiu eleger sua sucessora, Lorena Vasquez, para dar continuidade ao seu legado. Filiado ao PSB, se Victor virar mesmo secretário, será o oitavo socialista no primeiro escalão de Casagrande.
Os outros sete são: Tyago, na Sesa; Valésia Perozini, chefe de gabinete de Casagrande; Bruno Lamas, à frente da Secretaria de Ciência e Tecnologia; Jacqueline Moraes, que é a secretária de Mulheres; Fábio Damasceno, que comanda a pasta de Mobilidade; Nara Borgo, secretária de Direitos Humanos e Ricardo Iannotti, que comanda a recém-criada Secretaria de Estado de Recuperação do Rio Doce (Serd).
No segundo escalão, o PSB conta com mais nomes, como subsecretários, o presidente do DER-ES, Eustáquio de Freitas; e o presidente da Aderes, Alberto Gavini, entre outros.
Em tempo: Victor Coelho postou, no domingo (02), a foto de um culto numa igreja evangélica em seu perfil do Instagram com a seguinte legenda: “Grandes coisas estão por vir”. Seria um sinal ou um spoiler sobre seu futuro político? A conferir!
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CORREÇÃO: Na primeira versão da coluna foi dito que se Victor for mesmo nomeado seria o sexto nome filiado ao PSB no 1º escalão. Na verdade, seria o oitavo. A coluna foi atualizada.
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