
No Espírito Santo para participar de um culto, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), pré-candidato à Presidência, disse, nesta segunda-feira (22), que vai protocolar um novo pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Segundo ele, a ação é motivada pelas denúncias envolvendo um contrato, estimado em R$ 129 milhões, entre o Banco Master e o escritório de advocacia de Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro. Moraes também teria procurado o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, para fazer pressão em favor da instituição financeira.
“Isso aí é uma clara ilegalidade. Nós vamos, mais uma vez, sim, protocolar o (pedido de) impeachment do ministro Alexandre de Moraes, porque é completamente inadmissível que um ministro do STF tenha postura como a que ele teve”, defendeu Flávio.
Para o parlamentar, a suposta relação do magistrado com o Master “abala frontalmente a credibilidade do próprio STF, que é um pilar fundamental da nossa democracia e isso não pode passar em branco.”
Fraudes no Master são investigadas
O controlador do Banco Master, Daniel Vorcaro, chegou a ser preso por 11 dias em novembro. Ele foi solto, com uso de tornozeleira eletrônica, por decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). Vorcaro e outros quatro executivos são investigados pela Polícia Federal por crimes financeiros na gestão do Banco Master.
Na última semana, o ministro Dias Toffoli determinou a retomada das investigações que miram um esquema de fraude financeira no Master.
No despacho, ele pediu que a realização de oitivas de executivos do Banco e de dirigentes do Banco Central, além de liberar que o delegado responsável pelo caso requisite medidas como quebras de sigilo fiscal e telemático dos réus mediante justificativa. Antes, Toffoli já havia avocado o caso para o STF e determinado sigilo no processo.
Além disso, Toffoli retirou da CPI do INSS dados bancários e fiscais de Daniel Vorcaro. O ministro do STF determinou que informações oriundas das quebras de sigilos solicitadas pela comissão deverão ficar sob cuidados de Davi Alcolumbre, presidente do STF.
Na ocasião, presidente da CPI, Carlos Viana, afirmou que a decisão é “grave”, “estranha” e enfraquece investigação.