Política

Flávio Dino propõe operação integrada com Prefeitura de SP no centro da capital

Flávio Dino propõe operação integrada com Prefeitura de SP no centro da capital Flávio Dino propõe operação integrada com Prefeitura de SP no centro da capital Flávio Dino propõe operação integrada com Prefeitura de SP no centro da capital Flávio Dino propõe operação integrada com Prefeitura de SP no centro da capital

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou nesta segunda-feira, 22, que propôs ao prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), a realização de uma operação integrada para mitigar a violência e revitalizar a região central da capital paulista. Segundo Dino, a ideia do governo federal é articular ações entre as Polícias Federal, Militar e Civil, além da Força Nacional de Segurança, sem a instituição de Garantia da Lei da Ordem (GLO), nos moldes do que foi feito na força-tarefa contra a violência nas escolas.

A conversa ocorreu, de acordo com Dino, há um mês, mas o chefe da pasta disse que Nunes não retornou o governo federal sobre a oferta. “Há um mês, telefonei em nome do presidente Lula, manifestei a nossa preocupação com os eventos violentos no centro da cidade de São Paulo e ofertamos ajuda para atuar em parceria com as forças estaduais e com a Guarda Municipal”, disse a jornalistas em debate promovido pelo Grupo Lide, ao lado do ministro da Defesa José Múcio Monteiro e do ex-governador João Doria. “O prefeito ouviu com muita atenção, disse que ia estudar e ia responder, mas ainda não respondeu.”

Questionado se a conversa também ocorreu com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Dino disse que dialoga com o governador, mas a proposta foi apresentada somente a Nunes. “Como eu me dirigi ao prefeito, é uma questão mais urbana, que diz respeito à atuação na esfera central da cidade, estamos deixando o prefeito liderar esse debate”, completou. A proposta do governo federal é atuar com efetivo próprio na dimensão dos crimes patrimoniais violentos. A Força Nacional, que poderia integrar a ação, é composta por policiais militares, delegados, agentes, escrivães, peritos e bombeiros que atuam de forma conjunta em apoio às demandas federais.

A ação na região central de São Paulo também é objeto de articulação de Tarcísio. O chefe do Executivo paulista delegou ao vice-governador, Felício Ramuth, a liderança de uma ação conjunta com o poder municipal para a Cracolândia, local marcado pela concentração de usuários de drogas e álcool e também por vulnerabilidades sociais relacionadas à moradia, saúde pública, alimentação e assistência social.

A revitalização do centro é vista como importante para impulsionar a candidatura de Ricardo Nunes à reeleição em 2024. O prefeito tem atuado de forma mais incisiva na região e é criticado pelo pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL). Boulos conta com o apoio do PT e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na eleição de 2024.

Dino também disse que vai entregar ao presidente Lula, na quarta-feira, 24, um novo marco normativo para aquisição de armas no Brasil. “Achamos algumas (armas) nas mãos de pessoas com condenação por homicídio, feminicídio, pedofilia, e tinham porte de arma. Esse é o nível de desorganização que havia no setor. Estamos recompondo o ordenamento jurídico quanto ao tema”, afirmou.

Segundo ele, a minuta do novo decreto vai redesenhar a hierarquia e autorização de posse para algumas categorias, como a dos caçadores, atiradores e colecionadores (CACs). Uma das principais mudanças será nos critérios para o comprador ser identificado no grupo.

“Usavam os CACs para ter porte de defesa pessoal sem preencher os requisitos legais. E também para comercializar arma para o Comando Vermelho e o PCC (Primeiro Comando da Capital)”, disse. Segundo ele, não vai haver “confisco generalizado”.

“Estamos reduzindo a quantidade de armas e estamos regulando de modo mais claro o que é um caçador, atirador esportivo e colecionador, estamos regulando os chamados clubes de tiro para que não haja proliferação sem critérios. Não estamos impedindo que pessoas venham a adquirir novas armas”, afirmou o ministro.

Militares na política

Questionado sobre a participação de militares na política, o ministro José Múcio Monteiro disse que enviou um projeto à Casa Civil para regulamentar a participação de agentes de segurança em candidaturas eleitorais.

“Problema é (o militar) ir para a política, tentar se candidatar, não se eleger e voltar fazendo proselitismo político. O que não queremos é que use a política episodicamente. Nós só apresentamos essa ideia no campo nacional”, disse. “Isso vai ser aprovado sem problema porque (a proposta) é boa para política e boa para os militares.” Segundo ele, o texto é consensual e foi assinado por todos os comandantes militares.