Política

Fux rejeita adiar depoimento de testemunha em processo contra Bolsonaro

O presidenciável responde a ação penal no Supremo por ter dito à deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) que "não estupraria a deputada porque ela não mereceria"

Fux rejeita adiar depoimento de testemunha em processo contra Bolsonaro Fux rejeita adiar depoimento de testemunha em processo contra Bolsonaro Fux rejeita adiar depoimento de testemunha em processo contra Bolsonaro Fux rejeita adiar depoimento de testemunha em processo contra Bolsonaro
Foto: Agência Brasil
Foto: Agência Brasil

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou adiar um depoimento de uma testemunha apontada pela defesa do candidato a presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), no processo em que é réu por injúria e incitação ao estupro. Ele responde a essa ação penal no Supremo por ter dito à deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) que “não estupraria a deputada porque ela não mereceria”.

Aliado de Bolsonaro, o deputado federal Pastor Eurico (Patriota-PE) tinha depoimento marcado para 28 de agosto, mas pediu para adiar para 4 ou 5 de setembro, apontando que seria mais conveniente para ele próprio, em razão da campanha eleitoral que está disputando e do calendário de atividades parlamentares que tem a cumprir no Congresso. O ministro considerou que a fundamentação não era o suficiente para transferir a data. Assim, Pastor Eurico deverá comparecer no mesmo dia 28, quando também está programado depoimento do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).

Fux disse que a data havia sido sugerida inicialmente pelo próprio deputado. “Na ocasião, cabe enfatizar, a testemunha não efetuou qualquer ressalva quanto ao fato de que lhe seria mais conveniente que a designação do ato judicial coincidisse com o período em que serão realizadas as mencionadas reuniões parlamentares, usualmente promovidas, em anos eleitorais, no início do mês de setembro”, disse Fux.

“Essa apontada conveniência quanto à realização de uma audiência única em outro fator a justificar o desacolhimento do pedido ora formulado, sobretudo diante da inconsistência da justificativa apresentada”, argumentou Fux.

A Procuradoria-Geral da República já tinha se posicionado contra própria autorização para tomar depoimento das duas testemunhas indicadas pela defesa. Mas Fux permitiu.

Em fevereiro, Fux havia dito que esperava concluir o processo pelos próximos seis meses, o que não se confirmou.

Após a tomada dos depoimentos, será aberto um prazo para a Procuradoria e para a defesa enviarem suas alegações finais. Nesse cenário, é improvável que a ação penal seja julgada antes do primeiro turno das eleições, em outubro.