Política

Gabinete de Aras produziu mais de 43 mil pareceres no primeiro ano de gestão

O documento de 80 páginas é organizado cronologicamente. Além da linha do tempo, com detalhes dos primeiros 12 meses de trabalho, o balanço trás ainda informações específicas outros temas

Gabinete de Aras produziu mais de 43 mil pareceres no primeiro ano de gestão Gabinete de Aras produziu mais de 43 mil pareceres no primeiro ano de gestão Gabinete de Aras produziu mais de 43 mil pareceres no primeiro ano de gestão Gabinete de Aras produziu mais de 43 mil pareceres no primeiro ano de gestão
Foto: Divulgação/TSE

A Procuradoria-Geral da República (PGR) disponibilizou na sexta-feira (25), um relatório com dados sobre o primeiro ano da gestão de Augusto Aras à frente do Ministério Público Federal (MPF).

O documento de 80 páginas é organizado cronologicamente. Além da linha do tempo, com detalhes dos primeiros 12 meses de trabalho, o balanço trás ainda informações específicas sobre seis grandes temas: 1) Combate à Covid-19; 2) Apurações no sistema de Justiça; 3) Corregedoria; 4) Medidas administrativas; 5) Gestão orçamentária; e 6) Cooperação internacional.

No início da semana, a Secretaria de Comunicação Social da PGR já havia começado a divulgar números do último ano. O destaque foi o volume de inquéritos. Desde setembro de 2019, quando Aras foi indicado ao cargo pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), foram abertas 121 novas frentes de investigação. O número já ultrapassa todo o biênio da antecessora Raquel Dodge. Sob o comando da procuradora, 96 inquéritos foram instaurados entre 2017 e 2019.

No relatório final, há também informações sobre a atuação no âmbito do Judiciário. No período de um ano, foram propostas 64 Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) contra leis federais e estaduais e oferecidas 360 manifestações em outras ADIs. Sozinho, o gabinete de Aras produziu 43.139 pareceres para subsidiar decisões dos Tribunais Superiores e órgãos externos, como Polícia Federal e Ministérios. Em matéria Eleitoral, houve 7,6 mil manifestações, sendo 898 recursos para coibir fraudes no campo político.

Além disso, foram apresentadas denúncias contra 92 pessoas, incluindo autoridades com foro privilegiado, como o governador afastado do Rio, Wilson Witzel, os deputados federais José Wilson Santiago (PTB/PB), Paulinho da Força (Solidariedade/SP), Arthur Lira (PP/AL) e Otoni de Paula (PSC/RJ), o senador Ciro Nogueira (Progressista/PI), além de magistrados e conselheiros de Tribunais de Contas.

Também foram firmados 19 acordos de colaboração, prioridade na gestão, segundo a Procuradoria, com multas que superam R$ 3 bilhões.

Em setembro do ano passado, Aras foi nomeado por Bolsonaro para ficar dois anos à frente do Ministério Público da União, até 2021, com possível recondução ao mandato. A escolha, em substituição a Raquel Dodge, rompeu tradição, que vinha desde 2003, de seleção entre integrantes de uma lista tríplice votada internamente por membros do próprio órgão.

Desde então, o chefe do Ministério Público Federal precisou atuar em três grandes inquéritos envolvendo aliados e integrantes do governo, incluindo o próprio presidente: o inquérito das fake news, que apura ofensas e ameaças contra autoridades; o inquérito sobre a organização e financiamento de atos antidemocráticos; e o inquérito que apura se Bolsonaro tentou interferir politicamente na Polícia Federal para blindar familiares e aliados de investigações.

Outra marca da gestão tem sido a reformulação do modelo das forças-tarefas para garantir maior estabilidade aos grupos de trabalho de procuradores. Enquanto corre a discussão sobre as propostas, houve prorrogações e abertura de edital para contratar novos interessados a compor os quadros das FTs.