Deputado Fabrício Gandini / crédito: Lucas Costa/Ales
Deputado Fabrício Gandini / crédito: Lucas Costa/Ales

O deputado estadual Fabrício Gandini (PSD) negou que o Palácio Anchieta tenha influenciado em sua decisão de trocar o PSD pelo Podemos. Elerebateu o presidente estadual da sigla, o prefeito Renzo Vasconcelos, que creditou a saída do deputado a uma ação orquestrada pelo governo do Estado.

“Esclareço que minha decisão de deixar o PSD e me filiar ao Podemos, durante a futura janela partidária, não teve qualquer influência do Palácio Anchieta, inclusive compartilhei pessoalmente essas motivações com o próprio presidente do partido, Renzo Vasconcelos”, disse Gandini em nota encaminhada à coluna De Olho no Poder – veja a nota na íntegra ao final da coluna.

O posicionamento de Gandini vem após Renzo, em entrevista para a coluna na semana passada, criticar o governo do Estado pela saída do filiado:

“A gente constrói com gente que jogue pra dentro, não com gente que tira, essa é minha obrigação como presidente. Não posso admitir que tirem um deputado do PSD pra levar para outro partido que é base. As coisas eram pra ser construídas no partido”.

O desabafo veio em meio a um contexto de investidas do grupo de Casagrande para se aproximar do prefeito e também atrair o PSD para a base governista – e para uma eventual aliança com o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB), pré-candidato ao governo apoiado por Casagrande.

“A percepção, com esses movimentos, é que eu não sou tido como base. Eu continuo com diálogo, com equilíbrio, fazendo política pública (…) Vou trabalhar para que o PSD amplie suas bases e não diminua e que tenha bons candidatos”, disse Renzo.

Filiação polêmica

Gandini e Ricardo em evento do Podemos (foto: Ascom/Podemos)

No dia 13, Gandini participou do Encontro Estadual do Podemos e anunciou que, na próxima janela partidária (em março), vai deixar o PSD – onde está há dois anos – para se filiar ao partido comandado pelo deputado federal Gilson Daniel.

No mesmo evento, nomes do 1º e 2º escalões da gestão Casagrande assinaram ficha de filiação ao Podemos, o que consolidou, nos bastidores, a digital do governo na indicação de nomes para reforçar as chapas do partido aliado nas eleições do ano que vem.

Para a imprensa, Gandini afirmou que a mudança foi estratégica, para estar num partido em que a chapa estadual fosse mais confortável para tentar a reeleição.

Porém, a indefinição do PSD sobre o palanque em que pretende estar e o fato de abrigar o ex-governador Paulo Hartung – adversário de Casagrande – em seus quadros, também teriam pesado na decisão do deputado que é vice-líder do governo na Assembleia e pré-candidato à reeleição.

Veja abaixo a nota na íntegra de Fabrício Gandini:

“Esclareço que minha decisão de deixar o PSD e me filiar ao Podemos, durante a futura janela partidária, não teve qualquer influência do Palácio Anchieta, inclusive compartilhei pessoalmente essas motivações com o próprio presidente do partido Renzo Vasconcelos.

A escolha foi baseada exclusivamente em razões estratégicas e na afinidade com as pautas defendidas pelo Podemos nos âmbitos estadual e federal.

Aproveito para agradecer ao presidente estadual do PSD, o prefeito de Colatina, Renzo Vasconcelos, pelo apoio e pela convivência respeitosa ao longo dos dois anos de filiação, desejando sucesso ao partido no próximo ano eleitoral, onde deixo amigos.

No Podemos, sigo convicto de que continuarei contribuindo e defendendo, com responsabilidade e compromisso, as causas e os interesses do povo capixaba”.

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Fabiana Tostes

Jornalista graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e acompanha os bastidores da política capixaba desde 2011.

Jornalista graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e acompanha os bastidores da política capixaba desde 2011.