Política

Governistas já trabalham com possibilidade de adiamento de votação de denúncia

Governistas já trabalham com possibilidade de adiamento de votação de denúncia Governistas já trabalham com possibilidade de adiamento de votação de denúncia Governistas já trabalham com possibilidade de adiamento de votação de denúncia Governistas já trabalham com possibilidade de adiamento de votação de denúncia

Brasília – Governistas já trabalham com a possibilidade da votação no plenário da Câmara da denúncia contra o presidente Michel Temer ser adiada. A avaliação leva em conta o fato de a base do governo ser formada por cerca de 270 parlamentares. Como o governo precisa de 342 dos 513 deputados para iniciar o pleito, precisará da presença de oposicionistas e de dissidentes de partidos aliados, que atuam em conjunto na obstrução.

Às 13h15, havia 287 parlamentares registrados na sessão em plenário.

Para aliados do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ele terá três possibilidades caso não haja quórum suficiente: adiar a votação para outra data, “engavetar” a apreciação por tempo indeterminado ou tentar colocar a denúncia em votação mesmo sem o quórum mínimo preestabelecido.

O líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), considera que a base do governo não possui sozinha número de parlamentares suficiente para iniciar a deliberação. Ele também admite que integrantes do DEM estão contribuindo para a obstrução. Nos bastidores, integrantes do PSDB e PSB, por exemplo, também acompanham a estratégia.

O Broadcast Político (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) constatou pelo menos três casos de governistas que não registraram presença, mesmo estando no plenário. Um deles foi o deputado Elmar Nascimento (BA), que é do DEM.

A reportagem ouviu Nascimento dizer, no cafezinho do plenário, que só iria marcar presença após ter pendências no governo resolvidas. Os deputados Jutahy Júnior (BA) e Vanderlei Macris (SP), ambos do PSDB, também foram vistos no plenário, mas não registraram presença. “Só às 15 horas”, justificou Jutahy. Os dois tucanos votaram contra Temer na primeira denúncia e devem repetir o voto na segunda.

Mais cedo, o líder do governo na Casa, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), afirmou que, caso não haja quórum de 342 deputados para a votação e o pleito tenha que ser adiado, Maia poderia adiá-la para o ano que vem e a oposição acabaria prejudicada. “Estamos ligando para todo mundo, mas cada um tem a sua responsabilidade”, disse sobre os governistas que não registraram presença.

Apesar de tentar minimizar um eventual adiamento, nos bastidores, a possibilidade gera apreensão, pois pode ser vista como uma derrota para o governo e poderia desgastar ainda mais a imagem do presidente da República.

Com uma postura mais radical, a oposição evitou até mesmo fazer discursos no plenário para não ter a presença contabilizada. Os oposicionistas estão usando o Salão Verde da Casa como espaço para se manifestar. Em razão disso, governistas têm pedido constantemente na tribuna que os parlamentares marquem presença no plenário.

Até mesmo o advogado do ministro Moreira Franco (Secretaria de governo) – que também é acusado, junto com Temer e o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) – pediu que oposição se “enxergue na situação dos acusados”.

A sessão, que começou às 9h19, será encerrada obrigatoriamente às 14h19 por causa do prazo regimental. Passado esse prazo, uma nova sessão terá que ser aberta e o quórum iniciará do zero.