Política

Governo cria ambiente para aprovar MP 665 no Senado

Governo cria ambiente para aprovar MP 665 no Senado Governo cria ambiente para aprovar MP 665 no Senado Governo cria ambiente para aprovar MP 665 no Senado Governo cria ambiente para aprovar MP 665 no Senado

Brasília – O anúncio feito nesta quinta-feira, 21, de que a presidente Dilma Rousseff deve vetar o trecho da Medida Provisória 665 que alterou o prazo da carência para o acesso ao abono salarial cria um ambiente para a aprovação da MP no Senado. Ontem à noite, temendo que esse ponto fosse derrubado pelos senadores, o que obrigaria a proposta a voltar para a Câmara, os líderes governistas preferiram adiar a votação da medida para a próxima terça-feira, 26.

O governo terá a próxima semana para votar essa MP, que ainda restringiu as regras de acesso ao seguro-desemprego, e a MP 664, referente à pensão por morte. A eventual retirada da mudança sobre o abono da MP 665 deve reduzir em até R$ 7 bilhões a economia prevista pelo governo para este ano com o ajuste feito pelo Congresso, do total de R$ 18 bilhões.

A próxima semana será decisiva para as MPs 665 e 664, uma vez que ambas perdem a validade em 1º de junho, daqui a duas segundas-feiras, dia em que tradicionalmente não há votações no Senado.

Responsável por tentar costurar o acordo, o líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), reuniu-se esta manhã no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente e articulador político, Michel Temer, com senadores e outros líderes partidários e quatro ministros, entre eles, Joaquim Levy.

Durante o encontro, Delcídio Amaral telefonou para o senador Walter Pinheiro (PT-BA) para comunicá-lo do compromisso do governo com o veto. O senador petista foi um dos que, ontem à noite, articularam a derrubada da mudança na concessão do abono salarial prevista na MP 664. Ele e outros dois senadores do PT, Lindbergh Farias (RJ) e Paulo Paim (RS), apresentaram um destaque ao texto que propunha uma análise separada do trecho sobre o abono salarial. Como argumento, afirmaram que a Constituição garante ao trabalhador brasileiro o pagamento do abono salarial no valor de um salário mínimo e com um mês de carência. Diziam já ter apoio da maioria da Casa.

A última versão do texto da MP, aprovado pela Câmara, prevê o pagamento proporcional ao número de meses trabalhados no ano anterior e uma carência de três meses. Diante do anúncio do veto, Pinheiro disse ao Broadcast que ele e o grupo vão votar a favor da MP. “Se tivesse sido feito ontem, nós já teríamos votado a medida provisória”, afirmou o petista.

O senador pelo PT disse que a mudança de postura do governo facilita a votação da MP 664, que deve ser analisada pelo plenário logo em seguida. Ele destacou que o grupo do qual faz parte não abre mão de aprovar na MP 664 a alternativa ao fator previdenciário. Ele é um dos principais defensores da fórmula 85/95 para a aposentadoria, medida que o governo tem dito que deve vetar.

“Nós fazemos questão de votar (a MP 665), porque nós queremos votar a alternativa ao fator”, disse Pinheiro. Segundo ele, se tiver veto sobre esse ponto, já há maioria no Congresso para revertê-lo. “Se tiver veto, vamos derrubar. Não há a menor hipótese de a gente perder isso”, completou.