Política

Governo desiste de antecipar aprovação de correção do Imposto de Renda

Governo desiste de antecipar aprovação de correção do Imposto de Renda Governo desiste de antecipar aprovação de correção do Imposto de Renda Governo desiste de antecipar aprovação de correção do Imposto de Renda Governo desiste de antecipar aprovação de correção do Imposto de Renda

Brasília – O governo desistiu de tentar antecipar a tramitação da correção da tabela do Imposto de Renda, parte do pacote de bondades anunciado pela presidente Dilma Rousseff em seu pronunciamento em rede nacional de rádio e de televisão pelo Dia do Trabalho.

Em reunião de líderes da base, realizada na manhã desta terça-feira, 20, com o ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, deputados criticaram a incorporação do reajuste das faixas de incidência do IR em 4,5% – inicialmente previsto para ser discutido na Medida Provisória 644 – na MP 634, cuja tramitação já está avançada.

Essa manobra regimental foi um pedido direto do Palácio do Planalto a seus aliados no Congresso, que com isso queria evitar que o provável candidato à Presidência pelo PSDB, senador Aécio Neves (MG), encampasse uma emenda propondo um reajuste maior nos índices do IR. O governo não queria que o tucano – autor de uma emenda nesse sentido na comissão especial da MP 644 – carimbasse uma promessa de Dilma e faturasse politicamente com isso.

Embora a aglutinação das duas propostas tenha sido aprovada na comissão especial na semana passada, deputados da oposição e até de partidos da base reclamaram que a MP 634 havia se tornado uma “barriga de aluguel” para a correção do Imposto de Renda. Lembraram que o próprio presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), prometera publicamente não mais aceitar esse tipo de ação.

“Todos levantaram essa questão (na reunião de líderes da base de hoje). Estamos tentando ‘moralizar’ a discussão de Medidas Provisórias, que precisam ter um foco claro”, afirmou o deputado Moreira Mendes (RO), líder do PSD.

Segundo relatos de líderes que participaram da reunião desta terça no Palácio do Planalto, o ministro Ricardo Berzoini afirmou que o governo “não faz questão” de tratar do aumento das faixas da tabela do IR na Medida Provisória 634. Os deputados defendem que Henrique Alves retire de ofício o aumento das faixas do IR do projeto, de modo que ele volte a ser analisado pela comissão especial da MP 644.

A preocupação é que a antecipação da tramitação e a incorporação de um tema que envolve propostas diferentes de Dilma e Aécio politize a matéria, criando um conflito em Plenário que coloque em risco a sua aprovação. Além da Medida Provisória 634, há outras cinco MPs que estão trancando a pauta e que precisam ser votadas nas duas Casas do Legislativo até o início de junho para que não percam a validade.