Política

Governo do RS paga salário dos servidores, mas confirma outro calote na União

Governo do RS paga salário dos servidores, mas confirma outro calote na União Governo do RS paga salário dos servidores, mas confirma outro calote na União Governo do RS paga salário dos servidores, mas confirma outro calote na União Governo do RS paga salário dos servidores, mas confirma outro calote na União

Porto Alegre – O governo do Rio Grande do Sul fez nesta quarta-feira, 30, o depósito integral do salário dos servidores estaduais referente a setembro, após dois meses de parcelamentos por causa da falta de dinheiro em caixa. O pagamento foi possível devido à aprovação na Assembleia Legislativa, na semana passada, do projeto que amplia o limite dos saques de depósitos judiciais de 85% para 95%, o que colocou cerca de R$ 1 bilhão à disposição do Executivo gaúcho de forma imediata.

O governo do RS confirmou, no entanto, que a parcela mensal da dívida com a União, no valor de R$ 266,6 milhões, será novamente atrasada. De acordo com o secretário da Fazenda, Giovani Feltes, o novo calote se dá “por absoluta falta de dinheiro”. O atraso no pagamento do serviço da dívida vem ocorrendo desde abril deste ano.

Nos últimos dois meses, houve bloqueio das contas do Estado em razão da inadimplência. A folha salarial dos servidores vinculados ao Executivo fica entre R$ 900 milhões e R$ 1 bilhão mensais. A Secretaria da Fazenda do RS informou que, além de honrar os vencimentos em sua totalidade, também terá condições de quitar alguns repasses atrasados até a próxima sexta-feira, 2, no valor de R$ 92 milhões.

Entre estes, estão R$ 24,7 milhões do custeio da saúde referente ao mês de agosto, R$ 10,1 milhões da parcela de julho do transporte escolar e outros R$ 3,25 milhões do programa social RS Mais Igual, que complementa a rede de pessoas cadastradas no Bolsa Família. O secretário Giovani Feltes estima que, mesmo quitando esses R$ 92 milhões, seguirão atrasados mais de R$ 500 milhões de despesas com prefeituras, hospitais e fornecedores. Novos parcelamentos de salários tampouco estão descartados nos próximos meses. A expectativa é de que o Estado só tenha fôlego a partir do ano que vem, quando entrarem em vigor as alíquotas mais altas de ICMS já aprovadas pelo Legislativo gaúcho.

Manobra

Como a União deve bloquear outra vez as contas do Estado a partir desta quinta-feira, 1º, devido ao não pagamento da parcela da dívida, o governo do RS deverá adotar a estratégia de “esconder” uma parcela do dinheiro que tem em caixa para, assim, concretizar os repasses previstos para os próximos dias.

A ideia é transferir um montante de recursos para as contas que reúnem os valores dos depósitos judiciais – e que estão fora do alcance do bloqueio. Desta forma, o governo gaúcho não ficará “de mãos amarradas” até que as contas do Executivo reúnam os R$ 266,6 milhões para o pagamento do serviço da dívida.