Política

Governo pressiona, mas CUT resiste em mudar data de manifestação

Governo pressiona, mas CUT resiste em mudar data de manifestação Governo pressiona, mas CUT resiste em mudar data de manifestação Governo pressiona, mas CUT resiste em mudar data de manifestação Governo pressiona, mas CUT resiste em mudar data de manifestação

São Paulo – A preocupação do Palácio do Planalto com a manifestação em defesa da Petrobras marcada para o dia 13 de março em São Paulo ainda não sensibilizou a cúpula da Central Única dos Trabalhadores, organizadora do protesto. A articulação política do governo teme que a manifestação da central sindical infle os protestos pelo impeachment de Dilma Rousseff, que acontecerão no dia 15. “A CUT está mantendo dia 13, a princípio não há mudança. Não houve conversa porque a CUT tem autonomia. Não será o governo que vai dizer que dia a CUT vai fazer manifestação”, disse o presidente da CUT São Paulo, Adi dos Santos. O ato está marcado para a Avenida Paulista às 16h na próxima semana, uma sexta-feira.

Fontes ligadas ao PT confirmaram que o governo está “muito preocupado” com a manifestação da CUT e que os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, defenderam a articulação com a central sindical. “O governo está com medo deste protesto, porque, se ele for pequeno, pode demonstrar falta de apoio ao governo até da CUT e, se for grande, a CUT pode perder o controle e a manifestação virar uma pancadaria contra o governo e contra os ajustes na economia”, disse uma fonte próxima à cúpula petista.

Ex-presidente da central e ex-líder do PT na Câmara, o deputado Vicentinho considera natural que o governo converse com a CUT, mas defende a autonomia dos sindicalistas. “A CUT tem autonomia, eu não posso dar palpite”, disse o parlamentar. Questionado se participa das negociações para uma mudança dos atos, o deputado foi direto: “Se eu for chamado, estou sempre disposto a conversar”.

Até o momento, as sinalizações que o Planalto tem recebido de lideranças da CUT têm sido de que a central não vai recuar nem adiar em relação ao protesto, o que aumenta o receio do governo de que a manifestação saia de controle e ajude a inflar os protestos de impeachment da presidente Dilma. Adi dos Santos negou que a manifestação tenha sido marcada para se contrapor aos atos marcados através das redes sociais para o dia 15. “Nossa manifestação é em defesa de direito dos trabalhadores, em defesa da Petrobras, não em defesa do governo”, disse Adi.

A manifestação da CUT teria, segundo o presidente da CUT-SP, a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A promessa foi feita em um protesto parecido ocorrido no Rio na semana passada. “No Rio ele nos disse que queria participar, não sei se está mantido. Esperamos que sim”. Segundo o Instituto Lula, a presença do ex-presidente ainda não está confirmada.

No pleito do ano passado, a CUT apoiou a reeleição de Dilma Rousseff e é considerada a central mais próxima ao governo. As Medidas Provisórias 664 e 665, editadas no ano passado e que modificam regras trabalhistas e previdenciárias, esfriaram a relação entre governo e central.