Política

Governo recebe com serenidade decisão de Cármen sobre Cristiane Brasil, diz Marun

Ao ser questionado sobre se a decisão da presidente do Supremo Tribuna Federal era uma retaliação, Marun tentou se esquivar

Governo recebe com serenidade decisão de Cármen sobre Cristiane Brasil, diz Marun Governo recebe com serenidade decisão de Cármen sobre Cristiane Brasil, diz Marun Governo recebe com serenidade decisão de Cármen sobre Cristiane Brasil, diz Marun Governo recebe com serenidade decisão de Cármen sobre Cristiane Brasil, diz Marun
Brasília – O presidente da comissão especial da Reforma da Previdência, Carlos Marun, durante audiência pública para debater seguridade social e a condição da mulher (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Brasília – O presidente da comissão especial da Reforma da Previdência, Carlos Marun, durante audiência pública para debater seguridade social e a condição da mulher (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Escalado pelo governo para defender a nomeação da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) como ministra do Trabalho e afirmar que o presidente Michel Temer vai continuar a “luta judicial” para conseguir dar posse à filha de Roberto Jefferson, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou que o governo “tem confiança no bom senso das decisões judiciais”.

Ao ser questionado sobre se a decisão da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, era uma retaliação ao Executivo, Marun tentou se esquivar, disse que a decisão da ministra “não adentra o mérito” da questão, mas que se “alguém pensa que vai nos desviar do nosso rumo, que é a reforma da Previdência, está enganado”. “O governo não apresenta essa reforma pensando nele, insiste na reforma pensando no Brasil.”

Marun descartou que o governo vá pedir ao PTB outro nome, mas admitiu que esse seria o caminho mais fácil. “Seria mais fácil (se PTB indicasse outro nome), mas esse não é o caminho do governo”, afirmou. “O presidente entende que a sugestão feita pelo PTB, que comandou a reforma trabalhista, que a indicação é positiva”, disse.

O ministro disse ainda que o governo “mantém a serenidade e insistirá nesta luta judicial” e que o caminho jurídico que será feito – como esperar o fim do plantão judicial – ainda “está sendo definido pela área jurídica do governo”. Caso aguarde o retorno dos trabalhos do Judiciário, caberá ao ministro Gilmar Mendes uma decisão, já que o processo em questão foi distribuído eletronicamente para ele.

Marun destacou que o governo vai enfrentar “as pedras que estão no caminho” e disse ainda que toda “novela sempre tem um final feliz”.

Conhecido como integrante da tropa de choque do presidente e também como falastrão, Marun evitou críticas diretas a Cármen Lúcia, mas ressaltou que o governo tem “várias manifestações judiciais que corroboram o obvio”, que seria a prerrogativa exclusiva do presidente da República em nomear ministros.

“Em relação ao mérito, temos a decisão favorável do presidente em exercício do STJ brasileiro. O presidente em exercício do STJ analisando o mérito analisou a decisão impertinente”, disse em relação a decisão do vice-presidente do STJ, ministro Humberto Martins, que no sábado (20) havia autorizado a posse de Cristiane Brasil.

Na madrugada desta segunda-feira, 22, entretanto, a ministra Cármen Lúcia suspendeu temporariamente a posse da deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) como ministra do Trabalho, que estava marcada para ocorrer às 9h. A decisão da presidente do STF foi feita no âmbito de um processo movido por um grupo de advogados trabalhistas, o mesmo que foi autor da ação popular que impediu a posse de Cristine por duas semanas.

Ao ser indagado sobre como o presidente recebeu a informação da suspensão da posse, Marun disse que o governo recebeu “com serenidade” e afirmou que caso a decisão da Justiça saia enquanto Temer estiver na Suíça, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que terá atribuições do cargo de presidente da República, poderá dar posse a Cristiane Brasil.