Política

Governo tenta adiar votação sobre projeto de indexador menor em dívida de Estados

Governo tenta adiar votação sobre projeto de indexador menor em dívida de Estados Governo tenta adiar votação sobre projeto de indexador menor em dívida de Estados Governo tenta adiar votação sobre projeto de indexador menor em dívida de Estados Governo tenta adiar votação sobre projeto de indexador menor em dívida de Estados

Brasília – O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), tenta negociar na sessão plenária desta quinta-feira, 25, o adiamento da votação do projeto de Decreto Legislativo que suspende a metodologia de cálculo da troca do indexador que corrige os contratos de renegociação da dívida de Estados e municípios com a União.

De autoria do deputado Esperidião Amin (PP-SC), o projeto suspende a metodologia de cálculo definida pelo Tesouro Nacional com base nos juros compostos, sistema de matemática financeira que leva em consideração um regime em que juros são gerados em cada período e acrescentados ao capital principal para o cálculo dos juros no período posterior.

O decreto estabelece que o cálculo seja feito com base em juros simples, método pelo qual a taxa de juros é somada ao capital inicial durante o período da aplicação. Segundo o Ministério da Fazenda, a mudança pode fazer a União perder R$ 300 bilhões dos cerca de R$ 460 bilhões que espera receber dos Estados e municípios.

Guimarães pediu aos líderes que aceitem o adiamento da votação, com o objetivo de esperar acordo previsto para ser fechado entre a União e os secretários de Fazenda dos Estados. Está prevista uma reunião na próxima segunda-feira, 29, para a discussão do assunto. “Não tem efeito, senão o político, de votar o decreto hoje (25), pois ele ainda terá de passar pelo Senado”, lembrou o petista.

O autor do projeto de decreto, Esperidião Amin, insiste em votar a matéria nesta quinta. Ele disse já ter sido transigente a pedido do governo desde que apresentou a matéria. A proposta estava prevista para ser votada na última terça-feira mas, após pedido do líder do governo, o deputado e outros líderes da base e da oposição aceitaram adiar a votação para a quinta.

Guimarães indicou que, caso a votação não seja adiada, deve orientar a base a obstruir a votação. “Obstrução significa quebra de acordo”, reagiu o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), lembrando do acordado na terça-feira. Ao saber da existência de um acerto prévio, o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), que estava defendendo o adiamento, mudou de ideia e disse que seu partido está pronto para votar o projeto.