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Grampo flagra investigado na Lava Jato destruindo provas

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São Paulo, Curitiba e Brasília – Cinco dias antes de a Polícia Federal deflagrar a Operação Triplo X, grampos telefônicos pegaram um dos investigados da nova etapa da Lava Jato, Ademir Auada, conversando com a filha, Carolina, sobre a destruição de provas. Ademir foi alvo de mandado de prisão da operação nesta quarta-feira, 27.

A PF grampeou pai e filha no último dia 22:

“CAROL: Oi, pai.

ADEMIR: Carol, será que você pode fazer uma favor, se possível. O Alexandre, o que prometeu hoje saiu na marra, taí.. Ainda bem. Agora ‘tô’ indo no outro lá. Vê se é possível, senão não faz mal. Você pode ir até aquela adegazinha ali no jardim, né? Comprar meia garrafinha de vinho pra mim.

CAROL: Posso, eu vou. Daqui a pouco eu vou. Só vou terminar de picar os papeis que a máquina parou, ‘tava’ esperando ela voltar.

ADEMIR: ‘Tá’. Então chama-se ‘La Linda’.

CAROL: ‘La Linda?’

ADEMIR: ‘La Linda’, eles sabem, lá. É meia, meia garrafinha eu quero.”

Segundo a Lava Jato, Ademir é responsável, junto à empresa Mossack Fonseca, por pelo menos dezenove off­shores, entre elas a Murray Holdings, proprietária de um apartamento triplex no Condomínio Solarius, em Guarujá, onde a família do ex-presidente Lula também teria um imóvel do mesmo padrão.

No dia 23, a PF interceptou:

“ADEMIR: ‘cê’ não sabe o que eu cortei.. nossa senhora.. na máquina hoje, viu?

CAROL: o que que você cortou? ah! você cortou mais papel?

ADEMIR: ‘bá!’ Aquela mala inteira.. (ininteligível)

CAROL: Nossa! Não sei como aquela máquina aguentou.

ADEMIR: Não.. nossa senhora! Eu tentei consertar a outra.. não dá viu.

CAROL: Ah, mas quanto custa uma máquina dessas?

ADEMIR: 400 ‘pau’.

CAROL: ‘Cê’ não quer comprar uma outra, não?

ADEMIR: Eu vou comprar mais uma depois.

CAROL: Porque daí eu trago pra cá, a gente racha isso daí, e ‘meu’, eu vou cortando aqui. Porque senão.. vai uma vida pra cortar esses papéis.

ADEMIR: É.. tá bom.”