
Nome lembrado em todas as eleições estaduais desde que encerrou sua terceira passagem pelo Palácio Anchieta, o ex-governador Paulo Hartung está de volta à vida partidária. Ele se filia na tarde desta segunda-feira (26) ao PSD, na sede do partido, em São Paulo, pelas mãos do presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab.
Mas, para a frustração dos entusiastas de sua gestão, não está nos planos de Hartung concorrer nas eleições do ano que vem. Ao menos, por ora. Questionado pela coluna De Olho no Poder, ele revelou qual projeto defende para a disputa ao governo do Estado e ao Senado.
“No Estado, eu defendo a renovação política, oxigenar a política. Temos um grupo de novos líderes que emergiram no Estado, acho que o ideal é que um desses líderes assuma o bastão”, disse Hartung, fazendo referência a prefeitos que foram reeleitos no ano passado.
Na primeira parte dessa entrevista para a coluna, que foi concedida na tarda da última quinta-feira (22) no escritório do advogado Henrique Herkenhoff, Hartung rasgou elogios ao prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), que é cotado para ser candidato ao governo. “Torço por ele”, disse o ex-governador.
Também falou sobre o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (sem partido), ao ser questionado sobre o encontro do gestor com Kassab e a possibilidade de serem correligionários.
Sem citar nomes, Hartung criticou o que chamou de “fadiga de material” e “condomínio de poder”, numa referência velada ao atual grupo que comanda o Palácio Anchieta.
Chegou a citar um livro – “Pai rico, filho nobre, neto pobre”, de Fernando Veríssimo –, ao fazer uma análise sobre os próximos anos. “Essa é a preocupação que o Espírito Santo deve ter hoje”, disse.
Hartung também analisou o cenário nacional – o que será tratado numa próxima coluna. Disse que a “Avenida Brasil” está se abrindo para “outros entrantes” e que vê com otimismo a disputa presidencial do ano que vem. Por fim, revelou um sonho que não conseguiu (ainda) realizar na vida pública.
Leia abaixo a 1ª parte da entrevista do ex-governador:
DE OLHO NO PODER – Sete anos depois de ter se desfiliado do MDB e encerrado sua 3ª passagem pelo Palácio Anchieta, o senhor marcou para esta segunda-feira (26) sua filiação ao PSD. O que significa essa filiação para o cenário político?
PAULO HARTUNG – É uma filiação que quase ocorreu dois, três anos atrás. Na época, Kassab me colocou na lista de nomes possíveis para representar o partido na disputa presidencial. Depois nós caminhamos em outra direção e não teve a filiação. Se andar um pouquinho para trás, o Kassab, quando fundou o PSD, veio aqui me convidar para a construção do partido. Essa conversa é muito emblemática porque ele me disse: “Paulo, nos próximos anos reorganiza o quadro partidário brasileiro. Essa sanfona aberta vai fechar e nós vamos ficar com cinco, seis, sete partidos grandes, fortes, representativos e, devagarzinho, com traço programático.
Essa conversa vem de muito tempo e agora ele voltou a fazer o convite. Eu topei, pedi um prazo, porque eu tinha que me desincompatibilizar de uma função profissional que eu estava, e já desincompatibilizei.
Aí tem uma coisa paralela, que as pessoas sempre me perguntam: “Paulo, você saiu da política?” E eu falo: “Não, eu parei de disputar mandatos eletivos”. Todo lugar que eu vou, privado, uma condição que eu negocio é o direito de continuar no debate nacional, escrevendo artigos, dando entrevistas, me posicionando. Claro que eu nunca fui de agredir pessoas, fulanizar o debate, mas quando eu fui para a Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), eu acertei com eles, que iria continuar na busca por implementação de ideias boas para o País.
O que o partido ajuda agora nessa reorganização que o Kassab previu há tanto tempo? O partido ajuda a energizar essas ideias, dar uma certa musculatura. Se você tem boas ideias e cinco partidos importantes e um deles abraça algumas ideias que você tem para o País, seja no campo institucional, seja no campo da modernização da educação ou da máquina pública, então você dá tração a isso. O que me motiva é isso.
Eu estou no debate nacional, vou continuar no debate, vou dar contribuição para a política, para a administração pública no Brasil a vida inteira, porque eu gosto disso. E agora com essa possibilidade de estar numa força política relevante no País.
Pergunto porque desde que foi anunciada sua filiação, muito tem se especulado sobre as eleições aqui no Estado, se o senhor seria candidato…
No Estado, eu defendo a renovação política, oxigenar a política do Estado. Temos um grupo de novos líderes que emergiram no Estado, acho que o ideal é que um desses líderes assuma o bastão da continuidade do processo no Estado. Eu costumo dizer que a democracia com as suas forças e fragilidades – porque não é um sistema perfeito, é feito pelo ser humano –, tem uma coisa muito forte que é a alternância de poder, isso oxigena o processo.
Quando você larga um grupo no poder muito tempo, aquilo não anda bem, dá fadiga de material, é uma expressão da física, mas que vale muito para a política. As coisas acabam virando um arranjo entre pessoas com interesses muito localizados e o interesse da população é deixado de lado.
Então, essa coisa de oxigenar, de alternância de poder é muito boa, para o Espírito Santo seria ótima e tem time aí da melhor qualidade. Pega esses jovens prefeitos que tem hoje no Estado, são pessoas que já demonstraram que têm talento eleitoral e talento administrativo para tocar a máquina pública. Foi daí que eu vim, primeiro fui prefeito de Vitória e depois fui governador do Estado. O que eu defendo para o Estado é isso.
E com relação à disputa ao Senado? Seu nome também é cotado para disputar uma das duas vagas ano que vem…
Mas eu já fui senador, já passei por isso.
A única coisa que eu não consegui, e que eu queria, era ser presidente da República, ou vice-presidente da República, entrar numa chapa boa. Isso não aconteceu e é normal na política, porque esses cargos muito altos, para além de você trabalhar e fazer por onde, é muita circunstância.
Eu me lembro do Antônio Carlos Magalhães (ACM), que foi meu colega no Senado dizendo: “Presidência, Paulo, não é o trabalho de cada um, é destino”. Então, isso não aconteceu. Mas, eu estou aí, eu tenho um capital intelectual com relação ao setor público que é útil no RenovaBR, vários governadores e prefeitos me pedem opinião para muitas coisas, e esse capital está à disposição para continuar essa luta para melhorar o Brasil.
A gente não pode parar, não pode jogar a toalha. Tem que perseverar. Tem hora que dá vontade de desanimar, eu ouço de muita gente. Mas não pode desanimar, o País tem um potencial grande, uma hora a gente vai virar essa chave e transformar esse potencial em oportunidade principalmente para os jovens brasileiros.
Mas hoje, seu nome não estaria cotado para participar de uma chapa presidencial ou de um grupo nacional?
Não, estarei ajudando. Estarei debatendo, fazendo palestra pelo País afora, no partido para ajudar a formar bons quadros para disputar eleições e assim por diante, esse é o escopo.
Voltando à questão partidária, o senhor vai trazer algum aliado político para o PSD?
Eu só posso ser responsável pela minha filiação, isso aí é cálculo e avaliação de cada um e eu respeito isso.
Mas que o senhor tenha feito convite a algum aliado para entrar no partido…
Não. Não é minha função. Quem tem essa função nacional é o Kassab e quem tem essa função regional é o Renzo. Essas coisas estão bem delimitadas. Eu vou entrar e dar minha contribuição muito nessa área programática mesmo, de ideias, de projetos, de reformas que podem ser feitas para melhorar o Brasil. Nisso, eu sou entusiasta.
O senhor vai exercer algum cargo no partido, nacionalmente ou aqui no Estado?
Não. Nunca ocupei cargo em partido. Lá atrás, no MDB, eu tive uma posição naquela convenção que escolheu entre Camata e Max, ali eu tinha uma função. Mas eu nunca fui um militante de máquina partidária, acho que eles são muito importantes e dou o maior valor, mas não é minha praia.
É porque após a filiação o senhor passa a ser o principal nome do PSD aqui no Estado e normalmente “cai no colo” o comando do partido…
Não, o partido está bem comandado aqui. Renzo é de uma família de amigos meus. É uma figura querida, está em boas mãos o partido.
Hoje o PSD no Espírito Santo não faz parte da base aliada do governador Casagrande, mas também não é oposição. Com a sua filiação, isso muda? Qual será a postura do partido daqui pra frente?
Aí teria que perguntar ao Renzo… (risos). A bola está no pé dele.
O senhor, recentemente, esteve com lideranças nacionais do Republicanos. É uma possibilidade o PSD caminhar com o Republicanos aqui no Estado nas eleições de 2026?
O Republicanos é presidido pelo Marcos Pereira, que é um capixaba, um amigo de muito tempo. Ele levou o Roberto, que trabalhou comigo e é meu amigo, e agora está lá em São Paulo com a gente. De tempos em tempos eu sento com eles. Eles me chamam para conversar, a gente almoça junto. A única diferença é que, dessa vez, fez a foto. Mas a gente conversa muito sobre Brasil, sobre projetos, sobre coisas tramitando no Congresso Nacional. Ali estávamos na sede do Republicanos.
Aqui o Republicanos quem toca é o Erick, que é outro amigo, que jovenzinho nós fizemos presidente da Assembleia, temos boa relação.
Pergunto porque o Republicanos aqui já está apostando na candidatura do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, ao governo do Estado. No ano passado, o senhor chegou até a fazer uma deferência especial a ele…
Faço sempre. Acho um bom prefeito, que demonstrou ter capacidade política e eleitoral. Porque agora na reeleição foi feito um movimento muito forte para não deixar ele ganhar no primeiro turno e ele conseguiu vencer esse movimento poderoso. E ele tem demonstrado um outro talento também que me agrada muito, que é o talento gerencial.
Esses dias veio uma delegação de empresários, amigos meus, lá de São Paulo. Vieram ver um projeto aqui no Espírito Santo. Chegaram aqui e me ligaram para falar da alegria de ver como a cidade está bem cuidada. Como a cidade está bonita. Esse é um outro lado, ele está gerenciando, está mostrando que tem competência para montar equipe, que tem time.
Acho que Pazolini tem muito valor. É um desses quadros jovens que está se posicionando e, na minha visão, a gente tem que botar pilha nessa turma porque senão a gente acaba convivendo com condomínio de poder. E a gente já viveu isso lá atrás.
Quando eu fui eleito governador pela primeira vez eu consegui quebrar uma estrutura de condomínio de poder aqui no Espírito Santo. Se deixar, isso vira um processo que não é pró-povo, é pró-pequenos grupos de interesse que tem lobby forte, capacidade de chegar e fazer valer seus interesses. Precisa ter muito cuidado.
O senhor está se referindo a uma sucessão que venha do grupo de Casagrande?
Estou me referindo a um processo político que precisa renovar.
Voltando a Pazolini, caso o Republicanos bata o martelo e ele seja mesmo o candidato, ele teria o seu apoio?
Meu apoio ele tem total, eu torço por ele. Mas o processo político não é agora. Eu sei que todo mundo quer adiantar o calendário, mas não é possível. A realidade vai se formando. Enquanto não vira o ano… Olha para presidência da República, qual o cenário que vai ser disputado? Está se formando.
Outro que tem se articulado para disputar o governo do Estado é o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo. Inclusive ele procurou o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, para alinhar uma possível filiação e talvez até o comando do partido no Estado. Como o senhor vê essa movimentação? Ele também faz parte desse quadro de lideranças que têm se destacado?
Arnaldinho é um amigo. Na verdade, meu amigo primeiro foi o pai dele. Eu lembro da ligação dele com o Rodney, quando nós trabalhamos para fazer o Rodney prefeito de Vila Velha. O Rodney veio a mim, todo empolgado, para falar que colocaria o Arnaldinho como secretário, ele apostava que o Arnaldinho seria importante na política. Então, veja que coisa bacana isso.
Temos uma relação boa, ele é um dos quadros que está indo muito bem, politicamente e administrativamente. E tem uma coisa importante aí: administrar Vila Velha não é fácil, tem um desafio ali. Então, é um nome que está nesse processo.
O senhor chegou a intermediar esse encontro dele com o Kassab?
Não, não preciso. Um prefeito importante como esse, Kassab conversa com todo mundo. Se tem uma coisa que ele faz bem é isso, conversar com as lideranças do Brasil inteiro. Conhece muito sobre o Brasil, ali é um craque.
Arnaldinho entrando no PSD, ele teria espaço para disputar o governo do Estado?
Não sei, aí é conversar com Kassab, com Renzo, com quem tem comando do partido. Eu não tenho e não reivindico (risos).
O senhor não irá comandar a fundação do partido?
Não, me foi oferecido mas eu não quero função partidária. Não tenho interesse nisso. Se for chamado para ajudar na fundação, para a formação de jovens, eu vou fazer com muito carinho. Estou fazendo no RenovaBR desde o final de 2018, onde sou conselheiro. Já formamos mais de quatro mil alunos Brasil afora.
O nosso RenovaBR virou uma verdadeira escola de formação de lideranças públicas, na prática. Muito mais do que formar jovens para disputar a eleição. Se a fundação precisar da minha ajuda, eu ajudo. Mas, nesse processo de formação, de treinamento, de dar aula com o maior prazer.
Quais outros quadros do Estado que o senhor vê que estão se destacando?
Não vou fazer lista, não é meu papel. Mas, o prefeito de Viana, estou bem impressionado com ele. Está indo bem, jovem. O nosso prefeito Renzo, de Colatina, está indo bem, começou uma jornada nova na vida dele.
Mas tem muitos jovens que estão indo bem na política do Estado e acho que já passou da hora de um outro ciclo, uma outra geração liderar o processo político do Espírito Santo, com nosso aplauso, nossa torcida, nossa contribuição. Transmitir conhecimento eu faço com amor e com carinho.
O senhor considera que o vice-governador, Ricardo Ferraço (MDB), também faça parte dessa geração ou não?
Olha, eu não gosto de falar sobre pessoas, sou avesso a isso. Se tem uma coisa que eu não fiz na minha vida foi fulanizar. Raramente eu tive de fazer enfrentamento, mas quando tive de fazer, eu fiz. Mas eu não sou de fulanizar, não acho que isso ajuda.
Eu estou falando que está na hora de renovar a política do Espírito Santo, não estou escondendo as coisas. Tenho uma posição política em cima da mesa. Acho que o tempo dá fadiga de material. O que é isso? É gravíssimo.
O governo precisa ter cuidado, a democracia precisa ter renovação. Renovação é oxigenação, eu estou falando sobre o Espírito Santo. Meu posicionamento é esse com o direito de, se der errado, dizer: “eu avisei” (risos). Não me omiti, não sou omisso diante das coisas.
O senhor acredita que a eleição nacional poderá influenciar na eleição do Estado? E qual sua visão do Espírito Santo para os próximos anos?
A eleição nacional tem influência aqui e em outros estados? Tem influência. Mas as questões locais também são muito relevantes. Acho que na eleição de 2026, vai subir a importância das questões locais um pouco e cair um pouquinho a influência da eleição nacional em relação às regionais.
Acho que vai ter um ajustezinho. Teve muito determinismo, de cima para baixo, em 2018 e 2022. Isso vai ajustar um pouco, na minha visão. A influência de cima pra baixo vai diminuir um pouco, as questões locais vão ganhar um pouco mais de relevância.
Sobre o Espírito Santo, nós fizemos um movimento, na segunda metade da década de 90 e início dos anos 2000 que foi exemplo para o Brasil, virou livro, tese de doutorado.
Tiramos o Espírito Santo de um buraco fundo, de uma desorganização brutal, de um sucateamento da máquina pública, de atraso de pagamento, de crime organizado e nós conseguimos colocar o Espírito Santo como referência no Brasil.
Nós deixamos de ser patinho feio e viramos um exemplo. Como governador pude comemorar o primeiro lugar do Ideb, em português e matemática. Ir para a menor taxa de mortalidade infantil. Pude comemorar marcas dessas em um estado que estava no buraco, na UTI.
Fizemos todo um movimento para fortalecer as cadeias produtivas locais, atrair outras cadeias produtivas para o Espirito Santo. Foi assim que nós trouxemos Weg Motores, Cafuso, a Jurong para Aracruz e tantas outras coisas. O Estado subiu.
Tem um livro que chama: “Pai rico, filho nobre, neto pobre”. Essa é a preocupação que o Espírito Santo deve ter hoje. O Espírito Santo tem que levantar a cabeça. Tem que ser Ademir da Guia, que era um grande jogador de futebol do Palmeiras, e olhar pra frente.
Pai rico, filho nobre, neto pobre. A gente não pode fazer essa história. Tiramos do buraco, viramos o jogo, passamos a ter o dinheiro em caixa. Imagina, eu fui o primeiro governador que entreguei o governo com R$ 1 bilhão em caixa para ser decidido pelo governo que me sucedeu o que fazer. Fiz esse movimento duas vezes na minha vida. Por isso que as pessoas têm carinho pela minha figura.
Então, subimos. Problema é que tem que manter, tem que renovar a todo momento. Se você olhar para o Porto de Tubarão, ele exportava 106 milhões toneladas de minério de ferro, está fazendo 78 milhões de toneladas, caiu. Se olhar nossa produção de petróleo, não é a mesma coisa.
Se olhar os incentivos fiscais, eles vão acabar ali na frente. Quando José Teófilo, no meu governo, montou a estrutura dos incentivos fiscais, trouxe esse setor atacadista para o Espírito Santo. Mas isso tem data para acabar.
Não pode ser Cafuringa – que era um jogador do Fluminense forte, corria pra danar, mas olhava pro chão, pro campo, não via a bola, não via os outros colegas, passava da linha do campo. Então, não pode ser Cafuringa, tem que ser Ademir da Guia, tem que olhar pra frente.
Vamos acordar quando chegar aqui? No desarranjo de novo? Por isso que oxigenar é bom, que renovar é bom, que alternância de poder é bom. Vem um e sacode, quer fazer melhor que o outro, e toca a bola e quer mostrar que é bom. Ótimo. Isso é a beleza da democracia, é isso que eu defendo para o meu querido Espírito Santo, sem falar mal de ninguém, sem xingar ninguém, sem fulanizar.
Porque eu sou ex e já me contaram que ex é igual a jarro chinês, você ganha aquele presente, mas chega em casa e não tem onde colocar (risos).
Por isso que, desde a prefeitura, quando acabou meu mandato, eu fiquei fora pra deixar quem estava no meu lugar tocar a vida. Acabou meu mandato de governador, a mesma coisa, dei linha. Porque somos passageiros, os eleitores nos escolhem por tempo determinado.
A cabeça dos políticos acha que é eterno. Não é. A cada quatro anos é uma eleição e a oxigenação é uma coisa boa. Então sou muito cuidadoso com isso. Se eu tivesse que voltar para uma disputa eleitoral, eu teria que esbarrar, não tem jeito. Mas se eu não estou em disputa eleitoral, por que eu vou esbarrar? Vou ficar no campo que eu gosto: das ideias e dos projetos.
LEIA TAMBÉM:
As fotos, o “seguimos juntos” e os recados para o mercado político
GIRO POLÍTICO: Os sinais de Hartung
De olho no Palácio Anchieta, Arnaldinho abre conversas com o PSD