Política

Ideal seria terminar com prerrogativa de foro de forma total, diz Marco Aurélio

Mello disse que o pedido de vista do ministro foi feito para esperar a tramitação

Ideal seria terminar com prerrogativa de foro de forma total, diz Marco Aurélio Ideal seria terminar com prerrogativa de foro de forma total, diz Marco Aurélio Ideal seria terminar com prerrogativa de foro de forma total, diz Marco Aurélio Ideal seria terminar com prerrogativa de foro de forma total, diz Marco Aurélio

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu nesta sexta-feira, 24, que o foro privilegiado para deputados e senadores, que está sendo votado na Corte, seja extinto no País por completo. “O ideal seria terminar com a prerrogativa de foro (de forma total), e termos um tratamento igualitário. Não julgamos o cargo, e sim o ocupante do cargo que cometeu desvio de conduta”, afirmou, em evento da Fundação Getulio Vargas (FGV) no Rio.

Mello disse que o pedido de vista do ministro Dias Toffoli no julgamento nesta quinta-feira, 23, foi feito para esperar a tramitação no Congresso da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que restringe o foro. O ministro declarou não acreditar que os parlamentares irão se decidir contra suas próprias prerrogativas.

“Desde o início, a matéria, para mim, estava madura. Poderíamos ter concluído o julgamento. Creio que meu colega pediu vista para aguardar o Congresso, mas será que o que está lá em tramitação frutificará? Eles abrirão mão da prerrogativa de foro? É um projeto ainda em andamento, que é mais radical do que a interpretação que está prevalecendo. Com essa idade eu não acredito mais em Papai Noel”, ironizou.

“Já temos uma maioria formada, e isso evita o que apontei como “elevador processual”, o sobe-e-desce do processo conforme o cargo exercido. A prerrogativa de foro é definida pelo cargo. É preciso que o crime tenha ligação com o exercício do cargo, e que deixando o titular o cargo, pela extinção do mandato, ele volta à primeira instância e de lá não sai”.

Sete dos onze ministros do STF já votaram a favor de restringir o foro apenas para os casos de crimes cometidos por deputados e senadores durante o exercício do mandato e em função dele. O entendimento que prevalece é de que todos os cidadãos brasileiros têm de ser julgados da mesma maneira.

A questão está em debate no STF há cinco meses. Com o atual pedido de vista, a decisão ficou adiada por tempo indeterminado. Além de Dias Toffoli, ainda têm de votar Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes.