Política

Imprensa internacional repercute prisão de Michel Temer

Segundo o New York Times, "Temer era um presidente profundamente impopular que usou grande parte de seu limitado capital político lidando com investigações criminais que o perseguiram nos últimos anos"

Imprensa internacional repercute prisão de Michel Temer Imprensa internacional repercute prisão de Michel Temer Imprensa internacional repercute prisão de Michel Temer Imprensa internacional repercute prisão de Michel Temer
Foto: Reprodução

A prisão do ex-presidente Michel Temer teve repercussão em veículos estrangeiros, especialmente os latino-americanos, reflexo do impacto que a Operação Lava Jato, que prendeu Temer, tem tido na política dos países vizinhos.

O Clarín, da Argentina, deu amplo destaque à prisão em seu site. O jornal falou do forte efeito Lava Jato ao apontar que “o caso é considerado a maior operação anticorrupção da história do Brasil e mudou profundamente o gigante sul-americano, até poucos anos atrás uma das potências mundiais emergentes”.

O maior jornal da Colômbia, El Tiempo, colocou a prisão de Temer como notícia principal em seu site. “É o segundo ex-presidente do País a ser detido por esse delito”, diz a chamada. El Comercio, do Peru, destacou que, enquanto presidente, Temer havia se livrado de denúncias. “O Ministério Público chegou a solicitar duas vezes a abertura de julgamentos de corrupção contra Temer, mas o Congresso se recusou a autorizar o processo. Todos os casos contra ele dependiam da perda do foro privilegiado.”

O El País, jornal espanhol, deu ênfase em sua capa de língua espanhola à prisão, e também falou sobre a operação que prendeu diversos políticos, empresários e doleiros brasileiros. “Temer, que era vice-presidente de Dilma Rousseff, tomou posse em agosto de 2016 após o impeachment da sucessora de Lula em um dos capítulos do terremoto causado no Brasil, especialmente, mas também no resto da América Latina, pela investigação de um enorme sistema de pagamento e coleta de subornos em troca de concessões de obras públicas”, apontou a publicação.

A rede de TV americana CNBC mostrou em sua página inicial a prisão. A agência de notícias Dow Jones Newswires enfatizou que a prisão pode mudar a percepção sobre a Lava Jato. “A prisão de Temer chega em um momento chave na Lava Jato, que já dura cinco anos e que muitos críticos dizem ter sido uma caça às bruxas com motivação política contra a esquerda brasileira e Lula”, disse a agência. O Wall Street Journal, que pertence ao mesmo grupo que a Dow, publicou a notícia em seu site.

O New York Times noticiou a prisão e enviou alerta pelo celular aos leitores. A reportagem diz que “Temer era um presidente profundamente impopular que usou grande parte de seu limitado capital político lidando com investigações criminais que o perseguiram nos últimos anos”. Já o concorrente Washington Post havia colocado a informação em destaque no site e chegou a enviar e-mail para clientes alertando sobre o acontecimento.

A BBC, empresa pública de comunicação do Reino Unido, noticiou a prisão de Temer em seu site. “Mídia local diz que a polícia tem tentado alcançar Temer, que deixou a Presidência em 1º de janeiro, desde quarta-feira”.

O The Guardian, também britânico, disse em reportagem que a prisão de Temer era “iminente” desde que ele deixou a Presidência, e que a revolta com corrupção na política contribuiu para “a ascensão do sucessor de extrema-direita de Temer, Jair Bolsonaro”. O Financial Times repercutiu a prisão na internet. O Der Spiegel, da Alemanha, também deu destaque à notícia em seu site.