Política

Indigenista da Funai morre após levar flechada em Rondônia

Rieli Franciscato, de 56 anos, era coordenador da Frente de Proteção Etnoambiental Uru Eu Wau Wau e tinha mais de 30 anos de serviços

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Foto: arquivo pessoal
Rieli Franciscato trabalhava com tribos isoladas em Rondônia

O indigenista Rieli Franciscato, 56 anos, referência em trabalhos de proteção aos povos isolados, morreu nesta quarta-feira (9) após ser alvo de uma flecha no município em Seringueiras, em Rondônia. A informação foi confirmada pela Polícia Civil do Estado. Rieli era coordenador da Frente de Proteção Etnoambiental Uru Eu Wau Wau e somava mais de 30 anos de dedicação à proteção dos índios isolados no Brasil.

Após receber uma notícia da presença de isolados em um sítio, Rieli foi acompanhado apenas por dois policiais militares e um amigo, revelam informações iniciais. Os índios isolados reagiram com flechadas à chegada da missão indigenista. Os policiais e o amigo do indigenista conseguiram se proteger atrás da viatura. Atingido no tórax, Rieli foi levado ainda com vida para o hospital da cidade.

Um dos policiais contou em áudio o que ocorreu: “o Rieli começou a subir um morrinho assim, aí a gente só escutou o barulho da flecha, pegou no peito dele. Aí ele deu um grito, ‘oi’… arrancou a flecha, e voltou para trás correndo. Ele conseguiu correr de 50 a 60 metros e já caiu praticamente morto”, disse.

“A Fundação Nacional do Índio (Funai) vem a público comunicar, com imenso pesar, o falecimento do servidor Rieli Franciscato, aos 56 anos, nesta quarta-feira (09), em Seringueiras, Estado de Rondônia. A fundação também informa que acompanha o caso”, declarou a Funai, por meio de nota.

O coordenador-geral de Índios Isolados e de Recente Contato da Funai, Ricardo Lopes Dias, afirmou que “Rieli dedicou a vida à causa indígena. Com mais de três décadas de serviços prestados na área, deixa um imenso legado para a política de proteção desses povos.”

A fundação lamentou a perda, manifestou solidariedade aos familiares e colegas do servidor. “As equipes da Coordenação-Geral de Índios Isolados e de Recente Contato (CGIIRC) e das Frentes de Proteção Etnoambiental se despedem de Rieli com carinho, respeito e admiração.”