Política

Irmã de ministro Juscelino Filho renovou contratos com empresa mesmo após operações da PF

Irmã de ministro Juscelino Filho renovou contratos com empresa mesmo após operações da PF Irmã de ministro Juscelino Filho renovou contratos com empresa mesmo após operações da PF Irmã de ministro Juscelino Filho renovou contratos com empresa mesmo após operações da PF Irmã de ministro Juscelino Filho renovou contratos com empresa mesmo após operações da PF

A prefeita de Vitorino Freire (MA), Luanna Rezende, renovou contratos no valor de R$ 8,9 milhões com a empresa Construservice mesmo após a companhia ter sido alvo de duas operações da Polícia Federal (PF) em 2022. Luanna, irmã do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, é alvo de ação da PF e foi afastada do cargo nesta sexta-feira, 1º. Segundo as investigações, a empresa está em nome de “laranjas” e o verdadeiro dono é empresário Eduardo Costa, amigo de longa data do ministro.

Em julho de 2022, a PF deflagrou a primeira parte da Operação Odoacro, que tinha como objetivo desarticular um grupo suspeito de fraudar licitações, desviar recursos públicos e fazer lavagem de dinheiro envolvendo verbas federais em contratos com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). O alvo principal da ofensiva foi a Construservice. O empresário Eduardo Costa, chamado de “Eduardo Imperador”, foi preso temporariamente na ação. Ele é suspeito de ser o verdadeiro dono da companhia e comandar o esquema criminoso. A segunda parte da operação ocorreu em outubro.

Mesmo após as ações da PF, Luanna continuou renovando os contratos com a empresa. O primeiro foi assinado em agosto de 2022, no valor de valor de R$ 7,4 milhões, e o segundo, em novembro do mesmo ano, de R$ 1,4 milhão. Ambos tinham o objetivo de prorrogar por mais 12 meses um contrato anterior para execução de serviços voltados para pavimentação, recapeamento e calçamento das ruas de Vitorino.

Luanna foi alvo nesta sexta da Operação Benesse, que consiste na terceira fase da Operação Odoacro, agora focada em identificar o “núcleo público da organização criminosa, após se rastrear a indicação e o desvio de emendas parlamentares destinadas à pavimentação asfáltica de um município maranhense”, indicou a corporação.

Em janeiro, o Estadão revelou que Juscelino Filho, durante o mandato como deputado federal pelo União Brasil, direcionou R$ 5 milhões do orçamento secreto para a Prefeitura de Vitorino Freire asfaltar uma estrada de terra que passa em frente à sua fazenda, no município maranhense. Em fevereiro de 2022, a Construservice disputou licitação sozinha e foi contratada por Luanna para tocar a obra. O engenheiro da Codevasf, que assinou o parecer autorizando o valor orçado para a pavimentação, foi indicado por grupo político do ministro.

Além de mandar recursos para asfaltar a estrada que passa em frente a suas fazendas, Juscelino Filho acumula uma série de acusações sobre uso indevido de verbas públicas, como mostrou o Estadão. O ministro já enviou informações falsas à Justiça Eleitoral para comprovar voos não realizados durante a campanha e usou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e diárias para participar de leilões de cavalos de raça em São Paulo.

A Polícia Federal pediu para vasculhar endereços de Juscelino Filho na operação desta sexta-feira, entretanto ministro Luís Roberto Barroso, relator da apuração no Supremo Tribunal Federal (STF), negou expedir o mandado de busca e apreensão contra o ministro do governo Lula.