Política

Juízes criticam financiamento de campanha eleitoral por empresas

egundo o presidente da AMB, João Ricardo Costa, a emenda "vai promover o desequilíbrio nas eleições ao direcionar as doações privadas aos partidos políticos"

Juízes criticam financiamento de campanha eleitoral por empresas Juízes criticam financiamento de campanha eleitoral por empresas Juízes criticam financiamento de campanha eleitoral por empresas Juízes criticam financiamento de campanha eleitoral por empresas
Segundo eles, “os deputados já haviam rejeitado emenda sobre o mesmo tema no dia anterior  Foto: Estadão Conteúdo

Juízes criticaram publicamente a emenda que a Câmara aprovou na quarta-feira passada (27) autorizando o financiamento de campanha eleitoral por empresas privadas. “A manobra adotada pela Câmara dos Deputados para incluir na Constituição Federal o financiamento de campanha por empresas privadas é inconstitucional”, afirmam.

Segundo eles, “os deputados já haviam rejeitado emenda sobre o mesmo tema no dia anterior e não poderiam apreciar a mesma matéria novamente”.

Em nota pública, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), mais importante entidade de classe da toga, diz que a medida “favorecerá a corrupção e a falta de transparência na disputa eleitoral”. Segundo o presidente da AMB, João Ricardo Costa, a emenda “vai promover o desequilíbrio nas eleições ao direcionar as doações privadas aos partidos políticos”.

“Esse é o pior modelo que poderia ter sido aprovado, pois o financiamento será concentrado nos partidos dificultando o controle e tornando o processo de doação menos transparente”, prevê. “A maior fonte de arrecadação vem de empresas privadas. Essas empresas não fazem filantropia, são corporações interessadas em influir nos rumos da economia e articular regras que lhes sejam favoráveis.” Costa diz ainda que a forma como o texto foi aprovado “revela a falta de diálogo da Câmara diante de temas de grande relevância. “A decisão está na contramão dos anseios da sociedade.”

Supremo

Para a AMB, cabe agora ao Supremo Tribunal Federal retomar o julgamento de uma ação que determina o fim do financiamento empresarial de campanhas. A ação já tem o apoio da maioria do Supremo, mas está parada por um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes. “Esse é um passo importante no esforço das instituições para combater a corrupção e declarar a inconstitucionalidade a esse modelo de doação. Somente assim abriremos o caminho para uma grande reforma política”, avalia o presidente da AMB. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.