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Julgamento de fazendeiro acusado por chacina de Unaí poderá ser retomado

Julgamento de fazendeiro acusado por chacina de Unaí poderá ser retomado Julgamento de fazendeiro acusado por chacina de Unaí poderá ser retomado Julgamento de fazendeiro acusado por chacina de Unaí poderá ser retomado Julgamento de fazendeiro acusado por chacina de Unaí poderá ser retomado

Brasília – A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por maioria, que o fazendeiro Norberto Mânica, acusado de ser o mandante de quatro mortes no caso que ficou conhecido como “chacina de Unaí”, será julgado pela Justiça Federal em Belo Horizonte. Com a decisão, o caso, parado há mais de um ano e meio, poderá ser retomado.

O julgamento de Mânica estava suspenso desde setembro de 2013, quando sua defesa conseguiu uma liminar no Supremo. O advogado do fazendeiro questionou na Suprema Corte a competência da Justiça Federal em Belo Horizonte para julgar o caso. Foi pedido ao Supremo que o julgamento fosse feito em Unaí, na região noroeste de Minas, onde os crimes foram cometidos. A suspensão do julgamento se deu após liminar concedida pelo ministro Marco Aurélio Mello, relator do caso.

No julgamento realizado nesta terça-feira, 28, os ministros Dias Toffoli e Luiz Fux votaram pela negativa do pedido da defesa, e pela manutenção do julgamento em Belo Horizonte. A ministra Rosa Weber, hoje presidente da 1ª Turma, já havia votação em sessão anterior em que o caso foi analisado também para que o caso permanecesse na capital mineira. Acabou vencido o ministro Marco Aurélio, que já havia votado pela aceitação do pedido da defesa, de que o caso fosse enviado à Justiça Federal de Unaí. O ministro Luis Roberto Barroso se declarou impedido de julgar o caso.

Entenda o caso

O crime ocorreu em janeiro de 2004, quando três fiscais do trabalho e um motorista do Ministério do Trabalho foram executados a tiros enquanto fiscalizavam denúncia de trabalho escravo em fazendas situadas na região de Unaí. Norberto e seu irmão Antério Mânica (ex-prefeito de Unaí), são acusados de serem os mandantes do crime. O fazendeiro é acusado de ser o mandante das mortes dos servidores e é defendido pelo criminalista Antonio de Almeida Castro, o “Kakay”.

Com a decisão do STF, o caso poderá se retomado e o julgamento poder ser agendado novamente. Em agosto de 2013, três acusados de executar as mortes dos servidores foram condenados. Eles receberam penas entre 56 anos e 94 anos de prisão pelas mortes dos auditores fiscais Nelson José da Silva, João Batista Soares Lage e Eratóstenes de Almeida Gonsalves, e do motorista do Ministério do Trabalho Aílton Pereira de Oliveira.