Política

Kalil responsabiliza Zema por greve de policiais em MG: 'Não pode prometer'

Kalil, enfrenta um movimento semelhante. Guarda municipal de Belo Horizonte decidiu fazer uma "operação padrão" por reajuste de salários

Kalil responsabiliza Zema por greve de policiais em MG: ‘Não pode prometer’ Kalil responsabiliza Zema por greve de policiais em MG: ‘Não pode prometer’ Kalil responsabiliza Zema por greve de policiais em MG: ‘Não pode prometer’ Kalil responsabiliza Zema por greve de policiais em MG: ‘Não pode prometer’
Foto: Reprodução / Instagram

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), criticou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), responsabilizando-o pela paralisação das forças de segurança do Estado, numa greve que entrou em seu quinto dia nesta sexta-feira, 25. Kalil é pré-candidato ao governo de Minas e deve concorrer com Zema, que vai tentar a reeleição.

“O problema da revolta não é a greve, é a mentira. Eu concordo com o governador. Se não tem dinheiro, não pague, porque não tem dinheiro. E principalmente: não prometa. Não pode prometer”, afirmou Kalil. 

“Quem provocou essa confusão foi o governo (Zema) que prometeu 40%. Não foi a polícia nem as forças de segurança”, acrescentou.

As afirmações foram feitas em entrevista coletiva, durante visita a obras de construção de reservatórios, para evitar inundações, na região de Venda Nova. 

Kalil, no entanto, enfrenta um movimento semelhante desde a quinta-feira, 24, quando a guarda municipal de Belo Horizonte decidiu fazer uma “operação padrão” por reajuste de salários. 

LEIA TAMBÉM: Guarda municipal de BH aprova adesão à paralisação

Apesar das críticas ao governador, o prefeito fez um apelo para que o movimento dos policiais militares não afete o serviço prestado à população. 

“Podem protestar. Podem fazer tudo. Mas é importante para nós, cidadãos de Belo Horizonte, que tenhamos a nossa segurança, principalmente durante o Carnaval”, afirmou Kalil.

Nesta sexta-feira, 25, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais determinou que policiais civis e penais do Estado, duas das dez categorias das forças de segurança em greve, voltem ao trabalho. 

A desembargadora Maria das Graças Silva Albergaria apontou a “inadmissibilidade do exercício do direito de greve de todos os servidores que atuam diretamente na área de segurança pública”. A multa em caso de descumprimento é de R$ 100 mil por dia, limitada a R$ 10 milhões.

Acordo não cumprido

Em 2019, Zema fechou acordo com as diversas categorias de profissionais da segurança pública para conceder recomposição salarial em três parcelas: 13% em 2020, 12% em 2021 e 12%, em 2022. Às vésperas do segundo pagamento, porém, o governador vetou as duas últimas parcelas, que agora são cobradas por grevistas.

Na quinta-feira, Zema anunciou que enviaria projeto de lei à Assembleia Legislativa, prevendo recomposição de 10% para todo o funcionalismo, inclusive aposentados e inativos.

A proposta, porém, é rechaçada pelas forças de segurança, que querem o porcentual prometido. A categoria fez novo protesto nesta sexta-feira na Cidade Administrativa, sede do governo estadual e onde está instalado o gabinete de Zema. O protesto teve a adesão da bancada da bala na Assembleia.

Policiais grevistas têm primeira derrota na Justiça de Minas Gerais

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) determinou nesta quinta-feira, 23, que os policiais civis e penais do Estado, duas das dez categorias das forças policiais em greve há cinco dias, encerrem a paralisação e voltem ao trabalho.

Caso descumpram a deliberação da desembargadora Maria das Graças Silva Albergaria dos Santos Costa, os sindicatos das duas categorias terão de arcar com multa diária de R$ 100 mil, limitada a R$ 10 milhões.

Em sua decisão, a magistrada apontou a “inadmissibilidade do exercício do direito de greve de todos os servidores que atuam diretamente na área de segurança pública”. 

Segundo Maria das Graças, a paralisação “ainda que parcial, encontra óbice intransponível no artigo 144 da Constituição Federal, que erigiu a segurança pública como dever do Estado e direito de todos, além de violar a própria dignidade dos presos, que serão privados de importantes garantias no âmbito da execução penal”.

Os sindicatos dos policiais civis (Sindpol) e penais (Sindppen) afirmaram não ter sido notificados oficialmente, mas avisam que vão recorrer da decisão.

Dez categorias profissionais de segurança de Minas Gerais estão em greve – policiais militares e civis, bombeiros, agentes penais, prisionais, socioeducativos e da Defesa Civil, escrivães, peritos criminais e analistas de segurança -, desde segunda-feira, 21, exigindo recomposições salariais de 41%.

As lideranças do movimento definiram um protocolo para que seja mantida uma escala mínima de 30% nos serviços prestados à população, com os policiais militares e civis em “operações padrão”, dentro da atuação de cada uma dessas forças. 

Em outros serviços, a exemplo dos policiais penais, responsáveis pela segurança dos presídios do Estado, o protocolo é seguir a determinação de “estrita legalidade”, iniciativa que, na prática, impõe “burocracias” que impedem a realização do trabalho das corporações.

Nesta quinta, 24, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), anunciou um aumento para todo o funcionalismo público estadual de 10,06%. A resposta das categorias foi dada nesta sexta-feira, 25, que rechaçaram a proposta com um protesto de dezenas de manifestantes na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, onde está instalado o Palácio Tiradentes. 

Além de lideranças do movimento, o protesto teve a presença de deputados estaduais da bancada da bala, na Assembleia Legislativa, que prometem novas manifestações nos próximos dias.