Política

Líder do governo culpa base por "susto" de requerimento rejeitado

Líder do governo culpa base por “susto” de requerimento rejeitado Líder do governo culpa base por “susto” de requerimento rejeitado Líder do governo culpa base por “susto” de requerimento rejeitado Líder do governo culpa base por “susto” de requerimento rejeitado

Brasília – O líder do governo José Guimarães (PT-CE) classificou como “um susto” resultante da “falta de base do governo” na Câmara a rejeição do requerimento de autoria do governo que propunha a retirada de pauta da chamada PEC da AGU. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC), uma das pautas consideradas “bomba” às contas do governo, vincula o teto dos subsídios de advogados públicos, defensores públicos e delegados das Polícias Federal e Civil a 90,25% do que recebem os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em reunião de líderes no início desta terça-feira, 4, ficou acertado o adiamento da votação da PEC para o próximo dia 25. Ao ser votado em plenário, no entanto, o requerimento foi derrubado por 278 votos contra, 179 a favor e uma abstenção. Após o resultado, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), suspendeu a sessão e convocou uma reunião de líderes, na qual ficou definida que a votação da PEC estaria marcada para esta quarta-feira, 5.

“Felizmente caiu a ficha na reunião que fizemos agora na presidência e todos os líderes viram que não dava para ser assim. Aquele embargo do plenário atingiu as consciências, os deputados refletiram e viram que não deve ser votada uma PEC desse jeito. O impacto que se tem é muito grande nos municípios, Estados e na União”, disse Guimarães, após a decisão. Ele disse que o governo irá apresentar nesta quarta, quando haverá uma nova reunião de líderes, uma “estimativa inicial” do impacto de uma eventual aprovação da PEC nas contas do governo.

Guimarães refutou a tese de que a rejeição ao requerimento seja resultado da falta de articulação do governo. “Não é falta de articulação de governo. É falta de fidelidade da base. É diferente”, disse. O petista lembrou que nesta segunda-feira, 3, houve “um dia inteiro” de articulações com o vice-presidente da República, Michel Temer, que é o articulador do governo, e que os 10 líderes assinaram o requerimento de retirada de pauta. “Na hora, alguns não cumpriram o compromisso e o fato é que o requerimento não foi aprovado”.

Para Guimarães, foi um “susto” que serviu para que o governo tivesse noção real de sua base na Câmara. “A partir do susto, o governo irá a estabelecer aquele principio que é básico: quem é base é base”, disse. “Daqui por diante, ou é base ou não é. Você tem que ser base de manhã, de tarde e de noite. Não é só para reclamar. É para votar também”, completou.

O petista disse que o trabalho, de agora em diante, será recompor base, mas não detalhou como deseja fazer isso. “Falando, conversando, dialogando e cobrando fidelidade. Você acha que é razoável o partido ter um ministro e a bancada desse ministro votar contra o governo? É disso que estou falando”, disse.