O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a reunião entre os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e dos Estados Unidos, Donald Trump, foi “positiva”. Ele se recusou a oferecer mais detalhes sobre o encontro, que ocorreu por videochamada na manhã desta segunda-feira (06).
Segundo o ministro, foi combinado que uma nota a ser publicada pelo Palácio do Planalto vai centralizar as informações sobre a reunião.
Como mostrou o Estadão/Broadcast, a reunião foi costurada durante este fim de semana. Esse primeiro diálogo, conforme fontes do governo, não impede que um encontro pessoal entre eles ocorra até o fim do mês, na Malásia, durante a cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean). A reunião do grupo é anual e visa a promover o desenvolvimento na região do Sudeste Asiático. Os dois já confirmaram presença no encontro.
A possibilidade de uma reunião presencial entre Lula e Trump para tratar das tarifas aos produtos brasileiros vai depender das impressões sobre a conversa desta segunda. Em setembro, na Assembleia-Geral da ONU, Trump disse que haveria um encontro entre os dois. Na ocasião, o presidente dos EUA discursou logo após Lula.
Segundo Trump, o presidente brasileiro parece “um homem muito agradável” e, no breve encontro que tiveram no local, houve uma “química excelente” entre eles.
Na conversa desta segunda, Lula estava acompanhado no Palácio da Alvorada de três ministros, que foram engajados pelo Planalto desde o início do tarifaço de Trump para fazer a linha de frente de negociações: Mauro Vieira (Relações Exteriores), Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Serviços e Comércio Exterior) e Fernando Haddad (Fazenda). Eles estavam a postos, conforme foi informado à reportagem, como apoio ao presidente para indagações mais técnicas.
O tarifaço foi principal tema da videoconferência, mas há muita discrição das fontes para indicar até onde o Brasil está disposto a avançar nesse diálogo. Tudo é feito com muita parcimônia para que não se perca o controle da situação e com avaliações online sobre até onde o País pretende prosseguir sem ultrapassar linhas da diplomacia. Segundo uma fonte, a principal missão desse contato foi “manter a porta aberta para o diálogo”.