Política

Lula diz que recusou ser ministro de Dilma para não ter 'dois presidentes' no Planalto

Lula diz que recusou ser ministro de Dilma para não ter ‘dois presidentes’ no Planalto Lula diz que recusou ser ministro de Dilma para não ter ‘dois presidentes’ no Planalto Lula diz que recusou ser ministro de Dilma para não ter ‘dois presidentes’ no Planalto Lula diz que recusou ser ministro de Dilma para não ter ‘dois presidentes’ no Planalto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira, 16, em entrevista à CNN Brasil que recusou em um primeiro momento o convite da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) para ocupar a chefia da Casa Civil porque “não era possível ter dois presidente dentro do Palácio do Planalto”.

“Acho que o governo tinha entrado em uma situação tão delicada que era impossível voltar, e eu dizia pra Dilma naquela época que não era possível ter dois presidentes dentro do Palácio do Planalto, aquilo foi feito para um presidente e não para dois. E foi por isso que eu tinha recusado veementemente a não participar do governo, sobretudo na casa civil. Porque eu acho que a gente iria se atrapalhar. Eu dizia para Dilma eu fico imaginando como é que você vai me dar uma bronca sentada na mesa, você presidenta e eu ministro, então não vai dar certo”, explicou Lula.

De acordo com o presidente, ele só aceitou o cargo depois da insistência de Dilma e de uma conversa com o ex-ministro Nelson Barbosa de que iria haver uma alteração na política econômica.

“Quando eu fui para o aeroporto, ela mandou o papel para eu assinar. Isso foi gravado, foi um crime a gravação, a publicação foi mais um crime, mas isso já passou também, isso faz parte da história. Os historiadores vão escrever muita coisa a respeito disso”, declarou.

Antes de Dilma sofrer o impeachment em 2016, o ex-juiz federal e agora senador, Sérgio Moro, divulgou o áudio de uma conversa entre a ex-presidente Lula, que acabava de ser nomeado para o cargo de ministro da Casa Civil. No diálogo, Dilma afirmava a Lula que mandaria a ele o “termo de posse” para “caso de necessidade”.

A oposição interpretou a fala e a nomeação de Lula como uma tentativa de dar foro privilegiado a ele, deixando-o livre de uma eventual ordem de prisão da Justiça do Paraná. No cargo de ministro, uma eventual determinação neste sentido deveria partir do Supremo Tribunal Federal (STF). Dilma e Lula negam a acusação.