Política

Lula quer fechar acordo com União antes de formalizar demissão de ministra do Turismo

Lula quer fechar acordo com União antes de formalizar demissão de ministra do Turismo Lula quer fechar acordo com União antes de formalizar demissão de ministra do Turismo Lula quer fechar acordo com União antes de formalizar demissão de ministra do Turismo Lula quer fechar acordo com União antes de formalizar demissão de ministra do Turismo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer fechar os termos do acordo com o União Brasil para só então confirmar a demissão da ministra do Turismo, Daniela Carneiro, que ganhou uma sobrevida no cargo. Em reunião nesta terça-feira, 13, no Palácio do Planalto, o presidente confirmou à ministra que partido, de fato, requisitou a cadeira dela.

O governo quer ter clareza sobre as demandas da sigla para conseguir melhorar a articulação política. Como mostrou o Estadão, nesta segunda-feira, 12, lideranças da legenda fizeram chegar ao governo que desejam não apenas controlar o Ministério do Turismo, mas também a Embratur, o que ainda não estava na conta do Executivo. O temor é que uma troca na pasta feita de afogadilho desgaste o governo perante a opinião pública sem levar a resultados efetivos na entrega de votos no Congresso.

De acordo com relatos de assessores do Planalto ao Broadcast/Estadão, Daniela Carneiro mostrou-se chateada na reunião pela fritura pública, mas afirmou entender a posição do governo frente à ofensiva do União Brasil. No encontro, Lula elogiou o trabalho da ministra à frente da pasta e afirmou que a demissão, se ocorrer, não será por desempenho, mas para a melhora na articulação política.

Na justificativa dada pelo governo para Daniela e o marido dela, o prefeito de Belford Roxo (RJ), Waguinho (Republicanos), foi a ministra quem pediu desfiliação do União Brasil. Assim, é natural que uma troca ministerial em prol de um rearranjo da base no Congresso comece pela pasta dela. Durante a reunião, foi confirmada a presença de Daniela na reunião ministerial agendada para quinta-feira, 15, no Palácio do Planalto, para apresentar um balanço da sua gestão.

O Republicanos, novo partido de Waguinho e para o qual Daniela aguarda autorização da Justiça para se filiar, não quis bancar a indicação como sendo da legenda. Embora ajude o governo em votações em troca de emendas, a sigla não quer ocupar um ministério para manter uma distância segura do PT e lançar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, à Presidência da República em 2026.

Embratur

O Palácio do Planalto ainda constrói com o União Brasil possibilidades para a ministra em uma possível saída do posto e consequente reorganização de cargos. Entre as opções, assumir a presidência da Embratur, sob comando de Marcelo Freixo. Contudo, para chefia a agência, Daniela teria que abandonar o mandato de deputada federal, para o qual foi eleita como a mais votada no Rio de Janeiro. Ela, porém, não estaria disposta a abrir mão da cadeira na Câmara para cumprir o requisito legal e comandar a Embratur. Ainda assim, poderia indicar um aliado de confiança.

Waguinho aproveitou a reunião para pedir a liberação de recursos para a área da saúde de Belford Roxo, no momento em que a ministra da Saúde, Nísia Trindade, sofre um ataque especulativo do Centrão justamente por não liberar verbas e cargos para parlamentares. A mensagem foi entendida como um tipo de “compensação” pela iminente perda de espaço na esfera federal a um ano das eleições municipais.

Ao prefeito, Lula garantiu rapidez na liberação dos recursos e reafirmou compromisso e parceria com Waguinho. Reconheceu mais uma vez a importância que Waguinho teve na vitória do petista nas eleições e a fidelidade dele no cumprimento de acordos políticos.

O favorito para assumir a vaga de Daniela é o deputado federal Celso Sabino (União Brasil-PA) e o nome dele já teria sido apresentado ao Palácio do Planalto pelo partido. Na tarde desta terça, o parlamentar está em trânsito a caminho de Brasília e há expectativa de uma reunião com Lula ainda nesta semana.

Após a reunião, o Palácio do Planalto manteve a ministra à frente do Turismo. Na avaliação do governo, contudo, isso mostrou apenas um ganho de tempo para maior articulação e clareza às demandas do União Brasil.