Política

Maia se reúne com relator para finalizar projeto que altera regras da repatriação

A estratégia é apresentar a proposta para os líderes partidários durante esta semana, para que a matéria possa ser votada no plenário da Casa já no início da próxima semana

Maia se reúne com relator para finalizar projeto que altera regras da repatriação Maia se reúne com relator para finalizar projeto que altera regras da repatriação Maia se reúne com relator para finalizar projeto que altera regras da repatriação Maia se reúne com relator para finalizar projeto que altera regras da repatriação
A reunião acontece no início da tarde, na residência oficial da presidência da Câmara Foto: Agência Câmara

O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), se reúne nesta segunda-feira, 26, com deputados, advogados e representantes da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) para fechar o texto do projeto que flexibiliza as regras do programa de repatriação de recursos enviados ilegalmente para o exterior. A reunião acontece no início da tarde, na residência oficial da presidência da Câmara.

Maia deve fechar o texto junto com o relator do projeto na Câmara, deputado Alexandre Baldy (PTN-GO). A estratégia é apresentar a proposta para os líderes partidários durante esta semana, para que a matéria possa ser votada no plenário da Casa já no início da próxima semana, logo após o primeiro turno das eleições municipais. Da Câmara, o projeto ainda precisará passar pelo Senado antes de ir à sanção.

Na tarde desse domingo, 25, Maia e Baldy se reuniram com o presidente Michel Temer e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para discutir o projeto que flexibiliza as regras do programa de repatriação. O encontro ocorreu no Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência da República, onde Temer ainda mora, apesar de já ter sido efetivado no cargo desde 31 de agosto deste ano.

Como vem mostrando o Broadcast Político, deputados e senadores da base aliada de Temer articulam um pacote de mudanças no programa de repatriação, que foi criado por meio de lei aprovada no fim de 2015 pelo Congresso. O argumento usado para promover as alterações é de que a legislação aprovada no fim do ano passado não dá segurança jurídica aos contribuintes, o que tem refletido na arrecadação abaixo do esperado.

Uma das principais mudanças articuladas é a data de alcance do programa. O relator do projeto vai propor que seja tributado com IR e multa apenas o saldo do contribuinte em 31 de dezembro de 2014, e não sobre tudo o que foi enviado ilegalmente para o exterior ao longo do tempo, como diz a lei. Com isso, os contribuintes pagarão menos impostos. O deputado argumenta que os contribuintes terão resistência em pagar imposto sobre um dinheiro já gasto.

A alteração considerada mais polêmica será o fim da proibição para que políticos, autoridades públicas e seus parentes possam aderir ao programa. Na Câmara, o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força, tem articulado o fim da trava. A proibição foi incluída na reta final da votação do projeto da repatriação, no fim do ano passado, para impedir que parlamentares e políticos com cargos envolvidos na Operação Lava Jato fossem beneficiados.

Caso a Câmara não aprove o fim da proibição, parlamentares envolvidos na articulação das mudanças apostam que o Supremo Tribunal Federal (STF) vai decidir a questão.

O Solidariedade, partido presidido por Paulinho, entrou com Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) na Corte, no início de setembro, questionando a proibição. O argumento é de que a Constituição estabelece que todos os brasileiros devem ser iguais perante a lei, apesar de a maioria dos políticos ter foro privilegiado.