Política

Maia suspende votação do projeto da renegociação da dívida dos Estados

Maia suspende votação do projeto da renegociação da dívida dos Estados Maia suspende votação do projeto da renegociação da dívida dos Estados Maia suspende votação do projeto da renegociação da dívida dos Estados Maia suspende votação do projeto da renegociação da dívida dos Estados

– Após mais de oito horas de discussão sobre o projeto de renegociação das dívidas dos Estados com a União, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidiu suspender a sessão faltando ainda a apreciação de quatro destaques. A expectativa é que o debate seja retomado às 10h desta quarta-feira.

Até agora, os deputados mantiveram a proposta sem mudanças no texto-base, segundo o qual os governos estaduais terão acesso a condições mais vantajosas para o pagamento das parcelas da dívida, comprometendo-se, em troca, a limitar o crescimento de suas despesas à inflação do ano anterior por dois anos.

A contrapartida foi a única que restou após a atuação dos parlamentares para desidratar o projeto. Na noite de ontem, o relator da matéria, deputado Esperidião Amin (PP-SC), anunciou a retirada do item que previa o veto à concessão de reajustes reais aos servidores estaduais. A mudança foi acertada diretamente com o presidente em exercício Michel Temer, que cedeu diante da dificuldade em colocar o projeto em votação.

Nesta madrugada, uma emenda no mesmo sentido, apresentada por líderes da base, foi aprovada em plenário. Com isso, foi reforçada a nova posição de retirar a restrição aos reajustes das contrapartidas dos Estados.

Devido à resistência dos parlamentares e para viabilizar o início da votação, Temer conversou com Amin por telefone e autorizou a retirada da cláusula sobre os reajustes. Isso ocorreu um dia após o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ter classificado esta contrapartida como “inegociável”.

Apesar de ter perdido a queda-de-braço com a Câmara, o Planalto tentou descaracterizar a exclusão de última hora como uma derrota do ministro da Fazenda. Temer fez questão de ligar para Meirelles para justificar o aval, dado também ao líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), referendando a modificação.

O veto à realização de concursos estaduais por dois anos, outra contrapartida mencionada por Meirelles, também ficou de fora do texto apresentado pelo relator. A Fazenda argumenta, porém, que a proibição está “implícita” na instituição de um teto de gastos, que na prática inviabilizará novas contratações.

Com isso, o texto ficou ainda mais desidratado. Na semana passada, os deputados já haviam tentado retirar a restrição aos reajustes, mas o item acabou retornando ao texto após uma intervenção do governo.

Na segunda-feira, o governo anunciou a retirada, do projeto de renegociação da dívida, dos artigos que alteravam a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A intenção era melhorar a contabilidade fiscal dos Estados, principalmente em relação a gastos com pessoal, de modo a evitar a “maquiagem” realizada hoje em dia, que permite que governos estaduais fiquem enquadrados nos limites da legislação ainda que as despesas com a folha sejam maiores.