Eleições 2026

Majeski quer voltar a ser deputado: “Sentem falta do meu trabalho”

Sem partido, ex-deputado iniciou conversas com 3 legendas e deve definir o abrigo partidário em setembro

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Sergio Majeski ex deputado estadual
Sergio Majeski, Foto: Divulgação/Ales

Ex-deputado estadual por dois mandatos (2015-2022), o professor Sergio Majeski quer voltar a ser detentor de uma cadeira da Assembleia. E não como diretor da Escola do Legislativo – função que atualmente ocupa na Ales. Majeski definiu que é pré-candidato a deputado estadual nas eleições do ano que vem.

“Está certo que vou disputar uma vaga à Ales em 2026. Tenho sido muito cobrado para voltar. Muita gente sente falta do meu trabalho. Até mesmo pessoas que não votam em mim, mas elogiam o meu trabalho pela coerência, transparência e responsabilidade que pautaram meus mandatos”, disse Majeski à coluna De Olho no Poder.

Majeski está sem mandato eletivo desde 2023, após tentar, sem sucesso, uma vaga à Câmara Federal nas eleições gerais de 2022.

Ele estava filiado ao PSDB e embora tenha obtido 40.124 votos e conquistado o posto de candidato mais votado de sua chapa, ficou de fora porque o partido não conseguiu alcançar o número mínimo de votos para fazer deputados federais.

Questionado se ir para Brasília ficou para trás, Majeski sinalizou que apenas adiou o projeto. “Atualmente, creio que há necessidade do meu trabalho na Ales, a Câmara Federal é objetivo para o futuro”, afirmou.

Troca partidária

Mesmo sem mandato após 2022, Majeski continuou se movimentando para viabilizar um projeto antigo: ser prefeito de Vitória.

Como o ninho tucano estava congestionado de pré-candidatos e tudo apontava para fechar na candidatura do ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas – o que, de fato, ocorreu – Majeski deixou o PSDB e foi para o PDT.

A filiação do ex-deputado ao PDT tinha um único objetivo: ter uma legenda para disputar a Prefeitura de Vitória no ano passado. Majeski sempre afirmou que essa condição teria sido acordada em sua filiação.

Porém, três meses após a filiação, o ex-deputado desistiu de ser candidato – escreveu uma carta pública com os motivos – e também pediu sua desfiliação partidária.

Ele alegou dificuldades internas no PDT, como falta de garantia e estrutura, para ser candidato a prefeito – algo que, à época, o partido negou.

Filiação de Majeski ao PDT, em março de 2024

Entre três

Atualmente, Majeski está sem partido, mas não deve permanecer assim por muito tempo. Ele iniciou conversas com três legendas – MDB, União Brasil e seu ex-partido, o PSDB – e já marcou data para definir onde irá se abrigar.

“Preciso voltar a ter conversas mais avançadas, para entender o que os partidos pretendem e como, provavelmente, será a chapa. Pretendo definir isso até setembro”, disse Majeski.

O presidente estadual do PSDB, Vandinho Leite, confirmou o diálogo com o ex-deputado. “O PSDB está conversando bem com o Majeski. Deve ser candidato a deputado estadual”.

Mandato independente

Uma das principais marcas dos dois mandatos de Sergio Majeski na Assembleia foi a postura independente – muitas vezes à revelia da orientação partidária, mesmo quando isso significava bater de frente com figuras do próprio Executivo estadual.

Foi o que aconteceu em sua primeira passagem pelo PSDB, quando, em 2017, protagonizou um embate acalorado com o então governador em exercício, César Colnago (PSDB), durante uma sessão de prestação de contas na Ales. A troca de farpas repercutiu em outras sessões e tornou insustentável sua permanência no ninho tucano.

Majeski, então, migrou para o PSB, onde foi recebido com entusiasmo por aliados de Renato Casagrande (PSB), que viam com bons olhos sua postura crítica ao governo de Paulo Hartung.

Mas quem esperava um defensor ferrenho e alinhado ao novo governo caiu do cavalo. Mesmo no PSB, Majeski manteve o tom questionador e não poupou críticas à gestão socialista.

A postura combativa e de independência pode explicar por que Majeski foi o deputado estadual mais votado em 2018, quando foi reeleito com 47.015 votos — quase quatro vezes mais do que os 12.007 que garantiram sua eleição em 2014.

Mas esse mesmo perfil, pouco dado a acordos internos, também pode ter custado espaço político.

No PSB, não emplacou candidaturas ao Senado e nem à Prefeitura de Vitória. E o cenário teria se repetido tanto no PSDB quanto no PDT, partidos pelos quais passou sem respaldo efetivo para voos maiores.

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Fabiana Tostes

Jornalista graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e acompanha os bastidores da política capixaba desde 2011.

Jornalista graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e acompanha os bastidores da política capixaba desde 2011.