Ex-deputado estadual por dois mandatos (2015-2022), o professor Sergio Majeski quer voltar a ser detentor de uma cadeira da Assembleia. E não como diretor da Escola do Legislativo – função que atualmente ocupa na Ales. Majeski definiu que é pré-candidato a deputado estadual nas eleições do ano que vem.
“Está certo que vou disputar uma vaga à Ales em 2026. Tenho sido muito cobrado para voltar. Muita gente sente falta do meu trabalho. Até mesmo pessoas que não votam em mim, mas elogiam o meu trabalho pela coerência, transparência e responsabilidade que pautaram meus mandatos”, disse Majeski à coluna De Olho no Poder.
Majeski está sem mandato eletivo desde 2023, após tentar, sem sucesso, uma vaga à Câmara Federal nas eleições gerais de 2022.
Ele estava filiado ao PSDB e embora tenha obtido 40.124 votos e conquistado o posto de candidato mais votado de sua chapa, ficou de fora porque o partido não conseguiu alcançar o número mínimo de votos para fazer deputados federais.
Questionado se ir para Brasília ficou para trás, Majeski sinalizou que apenas adiou o projeto. “Atualmente, creio que há necessidade do meu trabalho na Ales, a Câmara Federal é objetivo para o futuro”, afirmou.
Troca partidária
Mesmo sem mandato após 2022, Majeski continuou se movimentando para viabilizar um projeto antigo: ser prefeito de Vitória.
Como o ninho tucano estava congestionado de pré-candidatos e tudo apontava para fechar na candidatura do ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas – o que, de fato, ocorreu – Majeski deixou o PSDB e foi para o PDT.
A filiação do ex-deputado ao PDT tinha um único objetivo: ter uma legenda para disputar a Prefeitura de Vitória no ano passado. Majeski sempre afirmou que essa condição teria sido acordada em sua filiação.
Porém, três meses após a filiação, o ex-deputado desistiu de ser candidato – escreveu uma carta pública com os motivos – e também pediu sua desfiliação partidária.
Ele alegou dificuldades internas no PDT, como falta de garantia e estrutura, para ser candidato a prefeito – algo que, à época, o partido negou.
Entre três
Atualmente, Majeski está sem partido, mas não deve permanecer assim por muito tempo. Ele iniciou conversas com três legendas – MDB, União Brasil e seu ex-partido, o PSDB – e já marcou data para definir onde irá se abrigar.
“Preciso voltar a ter conversas mais avançadas, para entender o que os partidos pretendem e como, provavelmente, será a chapa. Pretendo definir isso até setembro”, disse Majeski.
O presidente estadual do PSDB, Vandinho Leite, confirmou o diálogo com o ex-deputado. “O PSDB está conversando bem com o Majeski. Deve ser candidato a deputado estadual”.
Mandato independente
Uma das principais marcas dos dois mandatos de Sergio Majeski na Assembleia foi a postura independente – muitas vezes à revelia da orientação partidária, mesmo quando isso significava bater de frente com figuras do próprio Executivo estadual.
Foi o que aconteceu em sua primeira passagem pelo PSDB, quando, em 2017, protagonizou um embate acalorado com o então governador em exercício, César Colnago (PSDB), durante uma sessão de prestação de contas na Ales. A troca de farpas repercutiu em outras sessões e tornou insustentável sua permanência no ninho tucano.
Majeski, então, migrou para o PSB, onde foi recebido com entusiasmo por aliados de Renato Casagrande (PSB), que viam com bons olhos sua postura crítica ao governo de Paulo Hartung.
Mas quem esperava um defensor ferrenho e alinhado ao novo governo caiu do cavalo. Mesmo no PSB, Majeski manteve o tom questionador e não poupou críticas à gestão socialista.
A postura combativa e de independência pode explicar por que Majeski foi o deputado estadual mais votado em 2018, quando foi reeleito com 47.015 votos — quase quatro vezes mais do que os 12.007 que garantiram sua eleição em 2014.
Mas esse mesmo perfil, pouco dado a acordos internos, também pode ter custado espaço político.
No PSB, não emplacou candidaturas ao Senado e nem à Prefeitura de Vitória. E o cenário teria se repetido tanto no PSDB quanto no PDT, partidos pelos quais passou sem respaldo efetivo para voos maiores.
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