Manifestantes se reuniram em frente à Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), em Vitória, na tarde deste domingo (21), para protestar contra a PEC da Blindagem e contra o projeto de lei que prevê anistia a envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
Artistas, políticos e movimentos sociais se reuniram em protestos em todas as capitais brasileiras, e os maiores atos ocorreram em São Paulo e no Rio de Janeiro.
O trânsito na Avenida Américo Buaiz foi parcialmente interditado no sentido Centro devido à concentração de pessoas no local.
Pressão sobre o Senado e críticas à anistia
De acordo com representantes da organização, a manifestação tem como objetivo pressionar os senadores a rejeitarem a PEC aprovada na Câmara dos Deputados na semana passada e reafirmar a rejeição à anistia dos envolvidos nos atos golpistas.
A mobilização contou com apresentações do cantor capixaba Silva e do grupo Regional da Nair. Veja vídeo da apresentação de Silva:
Faixas e cartazes exibiam críticas às propostas em tramitação no Congresso e defendiam a responsabilização de autoridades que atentaram contra o Estado Democrático de Direito.
Atos semelhantes foram convocados em várias capitais do país neste domingo. Na Avenida Paulista, manifestantes levaram uma grande bandeira do Brasil em um contraponto ao símbolo dos Estados Unidos exibido por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) em ato a favor da anistia no dia 7 de Setembro.
Segundo o Monitor do Debate Público da USP, 42,4 mil pessoas compareceram à Paulista neste domingo. No ato bolsonarista pró-anistia foram 42,2 mil. As manifestações foram promovidas por artistas, movimentos sociais, sindicatos e políticos governistas. Em São Paulo, o protesto começou por volta das 14h. O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) afirmou que o Congresso precisa derrotar o que chamou de “anistia light” aos condenados nos ataques de 8 de Janeiro. “Não tem meio termo”, disse.
Na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, os manifestantes exibiram dois grandes bonecos infláveis: um de Jair Bolsonaro com camisa de presidiário e outro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o chapéu do “Tio Sam”.
O ato no Rio contou com apresentações musicais de Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Djavan, Marina Sena, Ivan Lins, Maria Gadú, Paulinho da Viola e Lenine. Conforme a contagem do Monitor do Debate Público da USP, o público foi de 41,8 mil pessoas. No ato pró-anistia convocado pelos bolsonaristas, em 7 de Setembro, 42,7 mil pessoas estiveram no local.
Caetano Veloso atuou como um mestre de cerimônias no carro de som. Chamou Geraldo Azevedo ao palco, que cantou Bicho de Sete Cabeças e Dia Branco, canção que ele terminou com um arranjo no verso final: “Pro que der e vier comigo, sem anistia”. Em seguida, Caetano assumiu o microfone e disse: “Sem anistia e com democracia. Este é o Brasil bonito”, chamando Ivan Lins na sequência.
Chico Buarque e Gilberto Gil cantaram “Cálice”, uma das canções emblemáticas de protesto contra a ditadura militar.
Em Brasília, a manifestação começou por volta das 10h e foi marcada por críticas ao Congresso e ao ex-presidente Jair Bolsonaro, tido como um dos principais beneficiários do PL da Anistia. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também foi citado.