Meneguelli: “Vou disputar o Senado pelo PSD com o apoio de Hartung” Meneguelli: “Vou disputar o Senado pelo PSD com o apoio de Hartung” Meneguelli: “Vou disputar o Senado pelo PSD com o apoio de Hartung” Meneguelli: “Vou disputar o Senado pelo PSD com o apoio de Hartung”
Meneguelli, Hartung e Aridelmo (foto: divulgação)
Meneguelli, Hartung e Aridelmo (foto: divulgação)

O deputado estadual Sergio Meneguelli (Republicanos) bateu o martelo: vai mesmo deixar o Republicanos e se filiar ao PSD para disputar o Senado no ano que vem.

A decisão foi tomada na tarde desta terça-feira (21), após Meneguelli se reunir com o ex-governador Paulo Hartung (PSD) e com o empresário Aridelmo Teixeira (PSD).

Segundo Meneguelli, Hartung oficializou o convite para o deputado entrar na sigla e também garantiu espaço para a disputa ao Senado, com o seu apoio.

“Ele disse, bem claro pra mim, que eu terei o apoio dele. Vou disputar o Senado pelo PSD com o apoio de Paulo Hartung”, afirmou Meneguelli à coluna De Olho no Poder.

Ele conversou com a coluna logo após publicar um vídeo nas redes sociais em que anuncia sua decisão. Ao lado de Hartung e Aridelmo, ele diz que mudará de legenda:

“Já comuniquei ao meu amigo Renzo, prefeito de Colatina, e agora ao Paulo Hartung, que eu vou deixar meu atual partido e quero me filiar ao PSD, que é o partido que o governador (sic) está filiado. E pretendo ser candidato ao Senado no ano que vem. Estamos juntos”.

Hartung respondeu dando as boas-vindas ao deputado: “Bem-vindo, em meu nome, em nome do Renzo, em nome do Aridelmo. E, você sabe, né? Eu sou pé quente. A última vez que esse gesto foi praticado você virou prefeito de Colatina. Vai dar tudo muito certo, seja bem-vindo, querido”.

O deputado disse à coluna que sua entrada no PSD já conta com o aval do presidente estadual da legenda, o prefeito Renzo Vasconcelos, e do presidente nacional, Gilberto Kassab.

No ano passado, Meneguelli apoiou a candidatura de Renzo a prefeito de Colatina – apoio que foi considerado fundamental para que o presidente do PSD vencesse o então prefeito Guerino Balestrassi (MDB), que além de ter a máquina pública municipal em sua candidatura à reeleição, contou com o apoio do governador Renato Casagrande (PSB).

Renzo, agora, retribuiria o apoio abrindo as portas do PSD para Meneguelli. Ainda assim, o deputado estaria receoso, pelo fato de Hartung estar na legenda e ser cotado também para disputar o Senado.

“Eu perguntei para o Paulo Hartung se eu teria a garantia de disputar o Senado, porque não gostaria de passar pela humilhação que passei, e ele disse que sim. Perguntei se caso acontecesse dele disputar o Senado também e ele disse que mesmo assim eu terei espaço para ser candidato”, afirmou o deputado, enfatizando que duas cadeiras estarão em jogo no ano que vem.

A assessoria de imprensa de Hartung confirmou as informações de Meneguelli.

Vai entrar na Justiça?

Questionado se entraria com uma ação no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES) para ter a autorização de mudar de partido sem correr o risco de perder o mandato, Meneguelli disse que não.

“Se o Republicanos não me der a carta de anuência, eu espero. São menos de seis meses até a próxima janela partidária. Eu espero até lá e mudo. Não quero sair pela porta dos fundos. Eu entrei pela porta da frente, quero deixar o partido também pela porta da frente”, afirmou Meneguelli.

O presidente estadual do Republicanos, Erick Musso, foi procurado pela coluna para se manifestar a respeito da decisão de Meneguelli, mas até o momento não retornou aos contatos da coluna.

Hoje, o PSD e o Republicanos caminham próximos e tudo indica que estarão numa mesma coligação nas eleições de 2026. O Republicanos tem o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, como pré-candidato ao governo do Estado.

Frustração em 2022

Luzia tenta erguer o braço de Meneguelli na convenção de 2022 / crédito: Rafael Segatto

Na pré-campanha eleitoral de 2022, Meneguelli era pré-candidato ao Senado pelo Republicanos. Já divulgava suas bandeiras, conversava com outras lideranças e se mostrava competitivo nas pesquisas de intenção de voto realizadas à época – ele empatava com Magno Malta (PL).

Porém, três dias antes da convenção do partido – marcada para o dia 31 de julho, um domingo – a pré-candidatura de Meneguelli ao Senado foi retirada pelo comando nacional da legenda.

À época, numa entrevista exclusiva à coluna De Olho no Poder, Meneguelli disse que o então presidente do Republicanos no Estado, Roberto Carneiro, teria mostrado a ele uma mensagem com a decisão do comando nacional do partido para retirar a candidatura de Meneguelli.

“O Roberto recebeu uma mensagem do presidente (Marcos Pereira), dizendo que era para arranjar um plano B pra mim, que o Presidente da República (Jair Bolsonaro) queria eleger Magno Malta. Foi o Roberto que me passou e ele mostrou que recebeu uma ligação”, disse Meneguelli, à época, para a coluna.

Na época, Magno Malta e Roberto Carneiro negaram tal versão. Interlocutores do Republicanos disseram à coluna que a candidatura de Meneguelli ao Senado foi retirada por divergências ideológicas e por falta de segurança de que Meneguelli seria leal ao partido.

Na convenção, o Republicanos confirmou a candidatura ao Senado de Erick Musso, o que deixou Meneguelli indignado. O ex-prefeito de Colatina, que não foi convidado para falar no evento, chegou a tomar o microfone à força e desabafou: “Eu não mereço essa injustiça que fizeram comigo”.

Restou a Meneguelli disputar uma vaga de deputado estadual, sendo eleito como o parlamentar mais votado da história, com 138.485 votos.

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Fabiana Tostes

Jornalista graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e acompanha os bastidores da política capixaba desde 2011.

Jornalista graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e acompanha os bastidores da política capixaba desde 2011.