Política

Mesa do Senado poderá ou não manter cassação de Juíza Selma, afirma Alcolumbre

A decisão, disse o presidente do Senado, será submetida a voto entre os sete integrantes da Mesa Diretora. "Se acontecer de a votação da Mesa não seguir a decisão do Tribunal (Superior Eleitoral), será o primeiro fato concreto em relação a isso", afirmou

Mesa do Senado poderá ou não manter cassação de Juíza Selma, afirma Alcolumbre Mesa do Senado poderá ou não manter cassação de Juíza Selma, afirma Alcolumbre Mesa do Senado poderá ou não manter cassação de Juíza Selma, afirma Alcolumbre Mesa do Senado poderá ou não manter cassação de Juíza Selma, afirma Alcolumbre
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou, nesta quarta-feira, 5, que vai submeter a cassação da senadora Juíza Selma (Pode-MT) à Mesa Diretora da Casa, que poderá se manifestar contrária ou favorável ao afastamento da parlamentar do cargo, determinado pela Justiça Eleitoral.

A decisão, disse Alcolumbre, será submetida a voto entre os sete integrantes da Mesa Diretora. “Se acontecer de a votação da Mesa não seguir a decisão do Tribunal (Superior Eleitoral), será o primeiro fato concreto em relação a isso”, afirmou. Neste caso, pontuou, técnicos do Senado terão de ser consultados para avaliar os próximos passos. Ele declarou que a Mesa “não vai entrar nas minúcias do processo”.

O anúncio de Alcolumbre garante uma sobrevida de Selma no cargo. Em dezembro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu cassar Juíza Selma pela prática de caixa 2 e abuso de campanha nas eleições em 2018. Apesar disso, desde então, a parlamentar segue com imóvel funcional, cota parlamentar e um salário mensal de R$ 33,7 mil enquanto aguarda decisão da Mesa Diretora do Senado.

Conforme o Broadcast Político revelou mais cedo, a Advocacia do Senado recomendou que a Casa encaminhe imediatamente o afastamento da parlamentar, independentemente de eventual recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ela ainda não recorreu. O parecer foi enviado pelo órgão nesta quarta-feira, 5, à Secretaria-Geral da Mesa Diretora da Casa.

Alcolumbre anunciou no plenário o rito de afastamento de Selma, conforme sugestão da Advocacia. O procedimento prevê reunião da Mesa Diretora, prevista para a próxima terça, 11, ou quarta-feira, 12, designação de um relator para o caso, prazo de 10 dias úteis para a parlamentar se defender, nova reunião da Mesa para tomar a decisão final, comunicação ao plenário e publicação da definição no Diário Oficial do Senado e no Diário Oficial da União.

O Podemos, partido de Selma, queria que o Senado esperasse eventual recurso da senadora ao Supremo. Em contraponto, a Advocacia citou uma decisão do STF de 2018. Na ocasião, a Corte entendeu que a decisão da Justiça Eleitoral envolvendo registro de candidaturas, cassação de diploma eleitoral ou a perda de mandato será executada após julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), independentemente dos recursos ao Supremo.

No final de janeiro, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, determinou que o terceiro colocado nas eleições em Mato Grosso, Carlos Fávaro (PSD), deve assumir interinamente a cadeira de Selma até a realização de novas eleições, em abril. A posse de Fávaro, porém, só pode ocorrer após o Senado declarar a vacância do cargo.