Política

'Meus agressores acham que vão me parar', reage Erika Hilton após receber ameaças

Pioneira na Câmara Municipal de São Paulo, sendo a primeira mulher transgênero a ocupar uma cadeira na casa, a vereadora já foi alvo de transfobia em outras situações

‘Meus agressores acham que vão me parar’, reage Erika Hilton após receber ameaças ‘Meus agressores acham que vão me parar’, reage Erika Hilton após receber ameaças ‘Meus agressores acham que vão me parar’, reage Erika Hilton após receber ameaças ‘Meus agressores acham que vão me parar’, reage Erika Hilton após receber ameaças
Foto: Divulgação

“Satanás do inferno” e “traveco”. Estes foram alguns dos xingamentos direcionados à vereadora Erika Hilton, 29, (PSOL). As ameaças foram enviadas por e-mail. Após o ocorrido, a parlamentar decidiu registrar boletim de ocorrência e oferecer representação criminal contra a autora dos ataques, que ainda não foi identificada. 

Além das ofensas, a acusada também ameaçou esfaquear, degolar Hilton e atear fogo na residência e no corpo da vereadora.

No e-mail, de teor transfóbico e racista, a investigada disparou: “eu garanto que você vai morrer”. Registrado no dia 23 de fevereiro, no boletim de ocorrência a que o Estadão teve acesso, Erika afirmou estar se “sentindo extremamente agredida, ofendida, ameaçada e com medo. Gostaria que o autor(a) do email seja responsabilizado”.

“Você nunca deveria nem ter sido parido de sua mãe”, escreveu a suspeita. Pioneira na Câmara Municipal de São Paulo, sendo a primeira mulher transgênero a ocupar uma cadeira na casa, a vereadora já foi alvo de transfobia em outras situações.

No Instagram, a parlamentar lamentou que desde o início do mandato é alvo de ameaças. “Não posso receber amigos em casa, não posso ir ao supermercado sozinha, estou sempre acompanhada por seguranças e carro oficial”, desabafou.

Mesmo com a sequência de ataques virtuais, Hilton afirmou não temer. “Meus agressores acham que vão me parar, eles estão enganados. Seguirei firme”, escreveu na publicação. Outras autoridades políticas se manifestaram em apoio à parlamentar. 

Manuela D’ávila, ex-deputada estadual do Rio Grande do Sul, disse em sua conta oficial do Twitter que é “preciso proteger nossas mulheres eleitas”.

Na tarde desta quinta-feira, 10, durante a CPI da Violência contra Pessoas Trans e Travestis, Erika fez um pronunciamento sobre as ameaças que sofreu.

O autor das mensagens ameaçadoras não está identificado. A primeira suspeita é que seria uma mulher, mas a verdadeira identidade do agressor só poderá ser descoberta quando a Polícia fizer rastreamento pericial nas correspondências.

Ao Estadão, a assessoria jurídica da vereadora comunicou que a Câmara Municipal disponibiliza um carro oficial e designou dois Guardas Municipais para a segurança de Erika desde quando uma pessoa tentou invadir o gabinete dela no início de 2021. O caso foi registrado junto ao 1º Distrito Policial da Polícia Civil de São Paulo.