Política

"Minas não tem imperador" diz Pimentel após evento em Belo Horizonte

“Minas não tem imperador” diz Pimentel após evento em Belo Horizonte “Minas não tem imperador” diz Pimentel após evento em Belo Horizonte “Minas não tem imperador” diz Pimentel após evento em Belo Horizonte “Minas não tem imperador” diz Pimentel após evento em Belo Horizonte

Belo Horizonte – Provável candidato do PT ao governo de Minas, o ex-ministro Fernando Pimentel afirmou nesta terça-feira, 13, que o Estado “não tem dono, nem rei, nem imperador” e que o eleitorado mineiro vai escolher o próximo governante “em uma disputa política democrática, dentro do jogo”. As declarações foram feitas após palestra para empresários na qual o petista teceu uma série de críticas ao Executivo mineiro.

O governo de Minas foi comandado pelo atual senador Aécio Neves (PSDB-MG), principal adversário da presidente Dilma Rousseff, entre 2003 e 2010, ano em que assumiu o vice e também tucano Antonio Anastasia, reeleito naquele ano. Hoje, o Estado está sob gestão de Alberto Pinto Coelho (PP), também aliado do senador. Mas, questionado, Pimentel negou que estivesse referindo-se ao tucano. “Eu falo de reis e imperadores. O Aécio é senador”, disse.

Pouco antes, o petista – que cumprimentou até os garçons e outras pessoas que trabalhavam no evento – fez uma série de elogios a Aécio, com quem disse ter “identidade em muitos pontos” e que classificou como “uma pessoa de trato muito fácil”. Chegou a dizer que teria manteria uma relação “bastante estreita” com Aécio caso os dois sejam eleitos para os cargos que devem disputar.

Mas criticou várias áreas do governo mineiro, principalmente a economia, que, segundo ele, tem “muito a ver” com o público do evento, composto principalmente por “empresários, executivos, que lidam com a questão econômica”. “O sentimento em Minas Gerais é de que Minas ficou aquém do que poderia. Não é uma crítica de dizer que o governo não fez nada, foi tudo horrível. Seria absolutamente injusto se falasse isso”, salientou.

Pimentel ainda usou como comparação a gestão federal e avaliou que, “por uma série de motivos, Minas não acompanhou” o crescimento do País e de outros Estados e hoje é responsável pela terceira participação no Produto Interno Bruto (PIB) nacional “distante” do Rio de Janeiro, que ocupa a segunda posição. “Se olharmos a trajetória que o Brasil percorreu nesses 12 anos e outros Estados percorreram, é isso que tenho ouvido muito forte: que Minas ficou para trás. Não é que andou para trás, mas andou menos que outros”, disse. “E a nossa taxa de crescimento (mineira) ano passado foi 0,5% e a taxa nacional foi 2,3%”, acrescentou.

Petrobras.

Ao ser perguntado durante debate com os empresários sobre o efeito de investigações de possíveis irregularidades na Petrobras em sua candidatura, o ex-ministro disse que é “inevitável e natural” a “associação da imagem” dele com a da presidente Dilma, mas minimizou os estragos que as ações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado para investigar a estatal.

“Vão fazer as apurações necessárias e o que tiver que ser feito vai ser feito. Nós vivemos um momento no Brasil de lavar roupa suja geral. Vale para todo mundo. O governo federal não teme CPIs. Outros governos a gente já não pode dizer o mesmo, porque evitam, bloqueiam”, afirmou, sem citar nomes. Em Minas Gerais e São Paulo, as gestões tucanas usaram a maioria nas assembleias legislativas para impedir a instalação de CPI pedidas pela oposição e consideradas incômodas pelos Executivos.