Política

Ministro diz que governo não está apoiando reajuste de Judiciário

Ministro diz que governo não está apoiando reajuste de Judiciário Ministro diz que governo não está apoiando reajuste de Judiciário Ministro diz que governo não está apoiando reajuste de Judiciário Ministro diz que governo não está apoiando reajuste de Judiciário

Brasília – O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, minimizou nesta quarta-feira, 24, as declarações de tucanos de que o PSDB sairá da base aliada caso o governo de Michel Temer apoie o reajuste do Judiciário e disse que essa é uma questão do PMDB e não de governo. “O governo não está apoiando. Você já viu alguma declaração minha de apoio?”, disse à reportagem, no Palácio do Planalto, quando se dirigia para a sala de Temer.

Segundo o ministro, essa é uma posição defendida por alguns membros do partido. “É o PMDB”, comentou, justificando o relatório paralelo apresentado pelo senador Valdir Raupp (PMDB-RO) na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) a favor do reajuste dos salários dos ministros do Supremo. De acordo com interlocutores do Planalto, Temer está bastante incomodado com a pressão que vem sofrendo por reajustes de salários.

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) cobrou nesta tarde uma posição do governo em relação ao reajuste do funcionalismo público, em especial dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou que, se o governo encampar a aprovação dos reajustes no Senado, o PSDB terá que fazer uma discussão clara e interna sobre como se posicionará a partir de então, “porque o futuro do ajuste fiscal fica ameaçado”. O tucano previu ainda que vai ser “difícil” o PSDB continuar no governo. “Não pode simplesmente o PSDB defender tudo aquilo que não é popular, não é agradável para alguns setores, principalmente setores poderosos, que ninguém quer ter desgaste, e o partido do governo ficar fazendo gracinha com esse movimento. Isso não é possível, não vai dar certo”, disse.

Geddel afirmou ainda que a decisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de marcar a sessão para 8 de setembro foi tomada por Renan como presidente da Casa sem influência do governo. “Isso é uma coisa do presidente do Senado”, observou.

Mais cedo, no Senado, Renan disse haver um compromisso dele e de Temer de votar essa matéria por considerar que reajustes do funcionalismo precisam ser atualizados todos os anos, conforme previsto na Constituição. O projeto eleva o vencimento dos ministros do STF e o teto do funcionalismo dos atuais R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil.

Na segunda-feira, após almoço na casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, Geddel afirmou que o governo queria segurar “um pouco” a votação no Senado dos projetos de reajuste porque o momento político-econômico do País não é o mais adequado para votar matérias como essa. Segundo Geddel, essa era a mesma posição defendida por Temer.