Política

Moraes manda abrir inquérito sobre ligação de Daniel Silveira com atos golpistas

Daniel Silveira foi preso no dia 2 de fevereiro, logo depois de perder o foro por prerrogativa de função -

Moraes manda abrir inquérito sobre ligação de Daniel Silveira com atos golpistas Moraes manda abrir inquérito sobre ligação de Daniel Silveira com atos golpistas Moraes manda abrir inquérito sobre ligação de Daniel Silveira com atos golpistas Moraes manda abrir inquérito sobre ligação de Daniel Silveira com atos golpistas
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal autorizou a abertura de inquérito para investigar suposto envolvimento do ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) com os atos golpistas de 8 de janeiro – quando radicais invadiram e depredaram as dependências do Supremo, Congresso e Planalto. O ministro também deu aval para apuração sobre os R$ 257 mil apreendidos na casa do aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro no início de fevereiro.

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Daniel Silveira foi preso no dia 2 de fevereiro, logo depois de perder o foro por prerrogativa de função – o petebista não se reelegeu.

Ele foi mandado de volta à prisão após descumprir medidas decretadas no bojo do processo em que foi condenado a pena de oito anos e nove meses por ataques antidemocráticos.

No mesmo dia em que a Polícia Federal capturou Silveira em Petrópolis, no Rio, agentes da corporação vasculharam a casa do ex-parlamentar. Durante a diligência, foram encontrados os R$ 257 mil em espécie, dentro de uma mochila. Esta, por sua vez, estava em um dos quatro veículos localizados na residência do ex-deputado. Nenhum carro estava registrado em seu nome.

Também no dia 2 de fevereiro, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) o acusou de ter se aliado a Bolsonaro para pressioná-lo a participar de um golpe de Estado. O parlamentar deu duas versões sobre o caso.

Em um primeiro momento, Do Val afirmou que teria sido recebido por Bolsonaro numa reunião no Palácio da Alvorada e o então chefe do Executivo teria sugerido que o parlamentar gravasse o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. Segundo essa versão, Bolsonaro chamou Do Val à residência presidencial para dar a ele essa missão.

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Depois de receber ligações do clã Bolsonaro, Do Val mudou o relato. Disse que a ideia não partiu de Bolsonaro, mas de Daniel Silveira. “O que ficou claro para mim foi o Daniel achando uma forma de não ser preso de novo, porque toda hora ele descumpria as ordens do ministro (Moraes). Ficou muito claro que ele estava num movimento de manipular e ter o presidente (Bolsonaro) comprando a ideia dele”, afirmou em entrevista coletiva em seu gabinete no Senado.

À Polícia Federal, Do Val afirmou que Silveira teria proposto uma ‘missão importantíssima’ que ‘entraria para a história’: que ele fizesse uma gravação clandestina do ministro Alexandre de Moraes e ‘conduzisse a conversa’ na tentativa de induzi-lo a falar ‘algo no sentido de ultrapassar as quatro linhas da Constituição’. O objetivo seria anular o resultado da eleição e prender o presidente do TSE.

Do Val chegou a alegar que alertou sobre a ilegalidade do grampo e que Daniel Silveira teria respondido que ‘daria um jeito para tornar a gravação legal’, sem especificar como. De acordo com o senador, Bolsonaro ficou calado durante toda a conversa, mas em nenhum momento ‘negou o plano ou mostrou contrariedade’. “A sensação era que o ex-presidente não sabia do assunto e que Daniel Silveira buscava obter o consentimento”, narrou.