Política

Moro mantém empresário que picava provas mais cinco dias na prisão

APolícia Federal interceptou telefonemas de Auada orientando a filha, Carolina, a destruir provas. Pai e filha destruíram tantos papeis que a máquina de triturar chegou a queimar

Moro mantém empresário que picava provas mais cinco dias na prisão Moro mantém empresário que picava provas mais cinco dias na prisão Moro mantém empresário que picava provas mais cinco dias na prisão Moro mantém empresário que picava provas mais cinco dias na prisão
Moro acolheu pedido da PF e da Procuradoria da República Foto: Agência Brasil

São Paulo – O juiz federal Sérgio Moro prorrogou nesta segunda-feira, dia 1º, por mais cinco dias a prisão temporária do empresário Ademir Auada – apontado como líder de uma organização que formava empresas offshores para camuflar a propriedade de imóveis no condomínio Solaris, no Guarujá (SP), onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria um tríplex.

Durante as investigações, a Polícia Federal interceptou telefonemas de Auada orientando a filha, Carolina, a destruir provas. Pai e filha destruíram tantos papeis que a máquina de triturar chegou a queimar.

A Operação Triplo X, deflagrada na semana passada, atribui a Auada o papel de líder do esquema de constituição de offshores. A publicitária Nelci Warken, que também foi presa, aparece como proprietária de um tríplex em uma torre vizinha à qual Lula teria imóvel – o ex-presidente nega a propriedade.

Moro acolheu pedido da PF e da Procuradoria da República ao ampliar em mais cinco dias a custódia temporária do empresário. A PF alertou que “ainda não foi possível no exíguo tempo examinar todo o material apreendido” durante a Operação Triplo X.

“A análise preliminar dos documentos apreendidos na residência do investigado corrobora os indícios de participação em grupo cuja atividade principal é dirigida à ocultação de valores por meio de empresas offshore”, assinala a PF. “Destaco, entretanto, que não foi possível esgotar a análise de todo material apreendido, mormente os equipamentos de informática. Considerando o volume de materiais apreendidos, não há nenhuma possibilidade material de encerramento da análise num curto espaço de tempo.”

A PF destacou, ainda, para “aparente colaboração de Ademir Auada com as apurações”. “Ademir Auda é responsável pela constituição e estruturação empresarial offshore e também pela abertura de contas bancárias internacionais em nome dessas empresas. O preso já foi inquirido e, em sede de interrogatório, confirmou sua atuação no ramo de consultoria e assessoria para criação e estruturação empresarial offshore. Ademais, identificou seus clientes e as respectivas empresas internacionais a que estão vinculados”, assinalou o juiz Moro.

Ao acolher o pedido de ampliação da prisão temporária do empresário, o juiz da Operação Lava Jato observou que a solicitação era justificada, “não obstante a aparente colaboração” do suspeito.