Política

Mourão defende reforma que acabe com 'sopa de letras' partidária

Ele defendeu as privatizações e, citando o ministro da Economia, Paulo Guedes, falou que o Estado brasileiro fará um "enxugamento brando" no funcionalismo

Mourão defende reforma que acabe com ‘sopa de letras’ partidária Mourão defende reforma que acabe com ‘sopa de letras’ partidária Mourão defende reforma que acabe com ‘sopa de letras’ partidária Mourão defende reforma que acabe com ‘sopa de letras’ partidária
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O vice-presidente Hamilton Mourão defendeu na manhã desta segunda-feira, 15, que o País faça uma reforma política após concluir a da Previdência. “Temos de buscar uma reforma desse sistema político, de modo que a gente diminua a fragmentação e que os partidos realmente representem a sociedade brasileira e não virem uma sopa de letras como são no atual momento”, disse Mourão, que é filiado ao PRTB, partido dirigido por Levy Fidelix.

Em encontro com correspondentes estrangeiros no Rio de Janeiro, o vice-presidente também afirmou que a reforma da Previdência, cuja votação ficou para o segundo semestre após ser aprovada em primeiro turno na Câmara, não é a solução para todos os males. Ressaltou, porém, que é a primeira medida a ser adotada para o País se recuperar da crise.

“O País está dentro de uma garrafa e tem um gargalo para ele sair dessa garrafa, que é a reforma da Previdência.” Depois, segundo ele, seria possível “abrir o campo, de modo que outras reformas e medidas sejam tomadas para que o País entre num novo ritmo de crescimento sustentável. Essa é a palavra-chave.”

Nesse contexto, Mourão defendeu as privatizações e, citando o ministro da Economia, Paulo Guedes, falou que o Estado brasileiro fará um “enxugamento brando” no funcionalismo. “À medida que as pessoas forem se aposentando, não serão mais substituídas.”

Outro ponto econômico abordado pelo general foi a carga tributária brasileira. Para Mourão, que a considera alta, o sistema precisa ser reequilibrado, com a possibilidade de diminuição da carga num segundo momento. “Inclusive tributando aqueles que não são tributados hoje. Basta olhar esses serviços aí que são prestados: Uber, Netflix essa turma não paga imposto. Temos de ver uma forma desse pessoal pagar imposto.”

Venezuela

Ao analisar a conjuntura do continente, o vice-presidente citou o impasse político venezuelano e disse que não vê no curto prazo um desfecho para a crise. Com discurso conciliador – no início de sua fala, defendeu a crença na “democracia liberal” -, Mourão disse que a solução para o País vizinho passaria por uma concertação que levasse a novas eleições.

Ele alegou, porém, que há grande interferência estrangeira na Venezuela, mencionando a Rússia e a China, além dos cubanos. “Principalmente a Rússia, uma vez que é uma grande fornecedora de armas para o regime venezuelano. Temos a questão da presença maciça de cubanos, que controlam aquilo que são as milícias bolivarianas e ao mesmo tempo o serviço de inteligência lá dentro.”