Política

MP afirma que Alckmin pediu que inquérito fosse tirado de promotor

Apesar do pedido para que o inquérito saísse da promotoria, Alckmin afirmou nesta quinta que não teme a investigação

MP afirma que Alckmin pediu que inquérito fosse tirado de promotor MP afirma que Alckmin pediu que inquérito fosse tirado de promotor MP afirma que Alckmin pediu que inquérito fosse tirado de promotor MP afirma que Alckmin pediu que inquérito fosse tirado de promotor
São Paulo – O governador Geraldo Alckmin fala sobre perspectivas e investimentos para 2016 na Associação Comercial de São Paulo (ACSP). (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)
São Paulo – O governador Geraldo Alckmin fala sobre perspectivas e investimentos para 2016 na Associação Comercial de São Paulo (ACSP). (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)
                                              Ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB)

O Ministério Público de São Paulo informou nesta quinta-feira, 10, que partiu do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) o pedido para que o procurador-geral de Justiça, Gianpaolo Smanio, retirasse das mãos do promotor do Patrimônio Público o inquérito civil que investiga o tucano por suspeita de improbidade administrativa nos supostos pagamentos de R$ 10,3 milhões via caixa 2 delatados pela Odebrecht.

Segundo o MPE, Alckmin apresentou uma petição a Smanio alegando que o caso se circunscreve à esfera eleitoral e que a atribuição para investigar eventual improbidade administrativa é do procurador-geral. Smanio acolheu e pedido e solicitou, na terça-feira passada, a “remessa imediata” do inquérito para “avaliar e decidir” quem tem a competência para investigar o ex-governador.

Apesar do pedido para que o inquérito saísse da promotoria, Alckmin afirmou nesta quinta que não teme a investigação. “Para mim não tem problema, eu nem foro privilegiado tenho”, disse o tucano, durante visita a uma feira do setor supermercadista na capital paulista. “Sou contra essa coisa de privilégio, já prestei contas e, se precisar, a gente presta de novo, nenhum problema”, completou.

A requisição do inquérito foi criticada pelo promotor Ricardo Manuel Castro, que era o responsável pela investigação e disse que “não abdica da sua atribuição”. Ele classificou a decisão como “avocação indevida” da investigação e encaminhou nesta quinta uma representação ao Conselho Nacional do Ministério Público, em Brasília, para suspender a decisão de Smanio e reaver o inquérito de Alckmin. O pedido será analisado pelo conselheiro Marcelo Weitzel.

Castro argumentou que, após renunciar ao governo, no dia 6 de abril, para disputar a Presidência da República, Alckmin perdeu não apenas o foro privilegiado na esfera criminal como também a prerrogativa de ser investigado pelo procurador-geral na área cível.

Campanha

Nesta quinta-feira, o procurador Áureo Lopes, do Ministério Público Federal, lançou uma campanha na internet pedindo para que Smanio devolva o inquérito ao promotor. Com mais de 100 assinaturas, o manifesto diz que a “interferência é vedada pela Constituição”. A bancada do PT na Assembleia Legislativa também representou contra Smanio no Conselho Superior do MP paulista.

Em nota, o procurador-geral afirmou que a contestação do promotor “carece de fundamentação porque não houve avocação” do inquérito e que compete a ele definir questionamentos sobre a atribuição de investigação no MP estadual.

A assessoria de Alckmin informou que o caso “não se trata de improbidade administrativa e o subprocurador-geral da República, Luciano Maia, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) já decidiram que o caso é de cunho exclusivamente eleitoral”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.