Política

MPE representa contra oito partidos políticos por propaganda irregular

Legendas apresentaram irregularidades nas propagandas partidárias gratuitas exibidas entre janeiro e junho deste ano. TRE vai julgar os pedidos da Procuradoria Regional Eleitoral do Estado

MPE representa contra oito partidos políticos por propaganda irregular MPE representa contra oito partidos políticos por propaganda irregular MPE representa contra oito partidos políticos por propaganda irregular MPE representa contra oito partidos políticos por propaganda irregular
TRE/ES vai julgar os pedidos da PRE/ES Foto: Divulgação

O Ministério Público Eleitoral (MPE), por meio da Procuradoria Regional Eleitoral no Espírito Santo (PRE/ES), propôs representação contra oito partidos políticos que utilizaram as inserções partidárias gratuitas na televisão, no primeiro semestre de 2014, para promover, segundo a PRE, os interesses pessoais de possíveis candidatos, fato que é vedado pela lei eleitoral. Além disso, algumas legendas não promoveram a participação feminina na política no tempo mínimo determinado pela legislação.

Em relação às propagandas exibidas em 2013, algumas legendas se adequaram, evitando novas ações contra elas – principalmente no que diz respeito à reserva de espaço para promoção política feminina -, mas ainda assim foram constatados atos ilícitos. Caso o TRE julgue procedentes os novos pedidos da PRE/ES, ele pode cassar o direito de transmissão do partido no tempo equivalente a cinco vezes ao das inserções ilícitas feitas.

Irregularidades

Cada partido teve 20 minutos de propaganda gratuita no primeiro semestre de 2014. Diferente do ano passado, quando a principal irregularidade foi o não cumprimento do tempo mínimo determinado pela legislação para promoção da participação política feminina, desta vez, segundo a PRE, os partidos utilizaram as inserções partidárias para promoção pessoal dos pré-candidatos.

Grande parte dos vídeos analisados pela PRE/ES trouxeram mensagens de cunho eleitoreiro. Segundo a PRE, no caso do PT, por exemplo, mesmo tratando-se de inserções de caráter nacional, foi feita promoção pessoal da candidata à reeleição Dilma Rousseff nos dias e tempo de veiculação destinados a inserções regionais do partido. Na propaganda, Dilma não faz referência ao programa ou ideal partidário, mas gasta todo o tempo das inserções para destacar sua atuação e seus feitos políticos durante o mandato atual, bem como de seu antecessor, segundo a PRE.

O mesmo ocorreu com o PSDB, que aproveitou as inserções para promover o pré-candidato à Presidência da República Aécio Neves. Nas propagandas, Aécio reafirma suas pretensões e se coloca como sinônimo de transformação. Também houve promoção pessoal de Guerino Balestrassi, de acordo com a PRE.

Nas inserções do PSB não foram veiculadas propostas partidárias ou temas de interesse político-comunitários defendidos pela agremiação. A propaganda foi utilizada com o objetivo de promover a imagem dos candidatos a presidente e vice-presidente da República, Eduardo Campos e Marina Silva,respectivamente, além de promoção pessoal do governador do Espírito Santo e candidato à reeleição, Renato Casagrande.

O PMDB também utilizou a propaganda partidária para promoção da imagem de pré-candidatos do partido, em especial os deputados Paulo Roberto e José Esmeraldo, visando à possível reeleição de ambos para cargos na Assembleia Legislativa do Espírito Santo. O mesmo fez o DEM, cujas mensagens foram de cunho eleitoreiro para promoção das imagens dos deputados estaduais Theodorico Ferraço e Atayde Armani, uma forma de alavancar suas candidaturas à reeleição.

Já o PR utilizou o horário da propaganda partidária para beneficiar político de outro partido, o que é vedado pela lei. Nas inserções, a deputada federal Lauriete Rodrigues Pinto, filiada ao PSC, aparece ao lado do senado Magno Malta e participa ativamente da propaganda, inclusive aplaudindo juntamente com as outras pessoas presentes na gravação.

Participação feminina

Apesar de PSDB, PSC e PPS ainda terem sido alvos de representações por não promoverem a participação política feminina, a situação é bem melhor se comparada à do ano passado, já que a maioria das legendas conseguiu se adequar às normas eleitorais.

A PRE/ES lembra que não basta que a protagonista das propagandas seja do sexo feminino. O que a lei eleitoral pretende é que as agremiações incentivem a participação feminina em suas atividades políticas, convidando-as a participar de debates e de ações. De acordo com a Lei nº 12.034/2009, pelo menos 10% do tempo da propaganda partidária deveria abordar o assunto.

Confira as representações contra cada partido por conta das propagandas políticas exibidas na televisão no primeiro semestre de 2014:

Partido dos Trabalhadores (PT): Realização de promoção pessoal da presidente Dilma Rousseff.

Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB): Os vídeos trazem mensagens de promoção pessoal do pré-candidato à presidência da República Aécio Neves e de Guerino Balestrassi. Além disso, as inserções não promoveram minimamente a participação política feminina.

Partido Social Cristão (PSC): O conteúdo das inserções, em nenhum momento, promoveu a participação política feminina.

Partido Socialista Brasileiro (PSB): Propagandas de cunho eleitoreiro para promoção da imagem dos candidatos a presidente e vice-presidente da República, Eduardo Campos e Marina Silva, respectivamente, além de promoção pessoal do governador do Espírito Santo e candidato à reeleição, Renato Casagrande.

Partido da República (PR): Participação de pessoa filiada a outro partido na propaganda exibida pelo PR.

Partido Popular Socialista (PPS): Deixou de utilizar parcela do tempo mínimo para a promoção da participação política feminina.

Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB): Promoção pessoal dos deputados Paulo Roberto e José Esmeraldo, candidatos à reeleição na Assembleia Legislativa do Espírito Santo.

Democratas (DEM): Promoção pessoal dos deputados estaduais Theodorico Ferraço e Atayde Armani, uma forma de alavancar suas candidaturas à reeleição.