Política

MPF não objetiva de modo nenhum estar aqui para fazer pressão, diz Deltan

MPF não objetiva de modo nenhum estar aqui para fazer pressão, diz Deltan MPF não objetiva de modo nenhum estar aqui para fazer pressão, diz Deltan MPF não objetiva de modo nenhum estar aqui para fazer pressão, diz Deltan MPF não objetiva de modo nenhum estar aqui para fazer pressão, diz Deltan

Brasília, 22 – O procurador Deltan Dallagnol, que coordena a equipe de procuradores da força tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, negou nesta terça-feira, 22, que a presença de representantes do Ministério Público Federal (MPF) na comissão que debate o pacote de medidas de combate à corrupção tenha o objetivo de pressionar parlamentares.

“O Ministério Público não objetiva de modo nenhum de estar aqui hoje para colocar qualquer tipo de pressão sobre o trabalho dos parlamentares. Não. Estamos aqui para esclarecer eventuais pontos, deixar espaço do diálogo aberto”, afirmou o procurador, um do integrantes do MPF que acompanham na Câmara os trabalhos da comissão especial que analisa o pacote.

Deltan se disse “contente” porque o debate público está acontecendo, mas revelou estar preocupado. Ele disse ter duas preocupações centrais: fechar brechas que permitam “ampla impunidade” e evitar possíveis retrocessos provocados por mudanças promovidas pelos deputados no pacote discutido.

Para o procurador, as pressões da sociedade sobre o Congresso Nacional “são normais”. “Agora queremos acreditar que Congresso vai ouvir o lado certo da sociedade”, afirmou o procurador. Para ele, a principal preocupação é com as questões processuais. Pois, na avaliação dele, as partes criminais não retroagem.

O procurador reforçou sua avaliação de que a tipificação do crime de caixa 2 – proposta no pacote original enviado pelo MPF ao Congresso Nacional e mantido pelo relator – não significará anistia a políticos e partidos que cometeram a prática antes da aprovação da lei. “A verdade é que, para trás, ele não muda nada. Não existe qualquer tipo, qualquer sinal de anistia.

Deltan afirmou que aqueles que praticaram caixa 2 antes da aprovação do pacote continuarão sendo enquadrados na legislação anterior, como o artigo 350 do Código Eleitoral, que criminaliza prática semelhante à do caixa dois. Segundo ele, o projeto analisado apenas aumenta as penas para a prática de caixa 2.

Na avaliação de deputados, porém, o projeto anistia quem cometeu a prática antes. O argumento é de que, se o crime de caixa 2 está sendo tipificado, é porque não era crime antes. Com isso, a nova lei que será votada no Congresso não pode retroagir para prejudicar o réu, como estabelece a Constituição Federal.