Política

Namorada de Marcos do Val ganha cargo após ser demitida pelo senador

Brunella Poltronieri Miguez começou como assessora parlamentar do senador capixaba, mas ele resolveu exonerá-la após o início do relacionamento

Namorada de Marcos do Val ganha cargo após ser demitida pelo senador Namorada de Marcos do Val ganha cargo após ser demitida pelo senador Namorada de Marcos do Val ganha cargo após ser demitida pelo senador Namorada de Marcos do Val ganha cargo após ser demitida pelo senador
Foto: Reprodução/Facebook

A namorada do senador Marcos do Val, a advogada Brunella Poltronieri Miguez, teve seu nome publicado no Diário Oficial da União (DOU) por quatro vezes em menos de quatro meses. Trata-se de decretos de nomeação, promoção, exoneração e uma nova nomeação, em outro setor e com aumento de salário.

Em 25 de janeiro, segundo informações do DOU, a advogada começou no cargo de assessor parlamentar pleno no gabinete do senador capixaba, que tomou posse no dia 1º de fevereiro, mas já tinha a prerrogativa de nomear sua equipe antes disso. 

Menos de um mês após a nomeação, ela foi promovida ao cargo de assistente parlamentar intermediário, prestando serviços para o mesmo senador. Segundo informações do Portal da Transparência do Senado Federal, a remuneração passou de quase R$ 9 mil para R$ 13.494,42.

De acordo com informações do site Metrópoles, pouco após a promoção da advogada, ela começou um relacionamento com o senador, o que resultou em sua exoneração do cargo no dia 23 de abril. Após 20 dias, ela foi novamente nomeada. Dessa vez, para o cargo de secretário parlamentar, na Diretoria-geral do Senado. O mesmo site afirma que a remuneração atual da advogada é de R$ 10.805,49.

Em um vídeo, divulgado nas redes sociais, o senador Marcos do Val esclareceu o ocorrido e lamentou, segundo ele, os ataques “de forma sensacionalista” que está sofrendo em decorrência ao novo cargo da namorada.

“Comecei a me relacionar com essa pessoa faz apenas um mês e, mesmo buscando com a consultoria do Senado se haveria alguma ilegalidade ou imoralidade e recebendo a resposta deles de que não, tomei, mesmo assim, a decisão de exonerá-la do meu gabinete. A Brunella é formada em Direito, se especializou em Direito Penal e tem mestrado em Políticas Públicas. E, é claro, com esse currículo, o próprio Senado Federal absorveu, colocando-a em uma área que estava demandando de profissional com essa especialidade”.

Publicações do Diário Oficial da União

Primeira nomeação – 25 de janeiro:

Foto: Reprodução / Diário Oficial da União

Promoção – 15 de fevereiro:

Foto: Reprodução / Diário Oficial da União

Exoneração – 23 de abril:

Foto: Reprodução / Diário Oficial da União

Nova nomeação – 13 de maio:

Foto: Reprodução / Diário Oficial da União

Veja a nota enviada pelo senador:

A fim de esclarecer a verdade sobre os fatos, a respeito de suposta situação de nepotismo envolvendo a mim e minha namorada, informo o seguinte:

1. A senhorita Brunella Poltronier Miguez trabalhou em meu Gabinete Parlamentar entre 01 de fevereiro e 24 de abril de 2019, após ser contratada mediante seleção curricular e entrevista, antes, portanto, do início de nosso namoro na primeira semana de maio passado, como é público e notório.

2. A senhorita Brunella Poltronier Miguez é Bacharel em Direito com pós-graduação em Direito Público e mestranda em Políticas Públicas, com demonstrada experiência profissional, o que a qualificou para indicação junto à Presidência do Senado Federal para nomeação para cargo comissionado do quadro de pessoal da Diretoria-Geral daquela Casa Legislativa.

3. Diante da divulgação de notícias infundadas sobre esta situação, consultei a Advocacia do Senado Federal, que, após análise dos fatos e suas implicações jurídicas, emitiu o parecer concluindo, em suma, que:

a. A relação de namoro não configura nenhum dos tipos de relação de parentesco (consanguinidade e afinidade) ou união estável que pudesse impedir a nomeação questionada por suposto nepotismo e, ainda que o fosse estaria respaldada pelo inciso III do art. 4º do Decreto nº 7.203, de 2010, que ressalva as nomeações ocorridas “anteriormente ao início do vínculo familiar entre o agente público e o nomeado”;

b. A indicação profissional de ex-servidora de meu gabinete para ocupar cargo em comissão de livre provimento em outro órgão do Senado Federal, sem a presença de indícios de ajuste recíproco ou de oferta de qualquer contrapartida, também não caracteriza nepotismo, nem infração ao Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, porque a aludida profissional está subordinada a outra autoridade.

4. Deste modo, cônscio de minha integridade e denodo no exercício do mandato de Senador da República que me foi confiado pelo povo do Espírito Santo, repudio toda tentativa irresponsável de parte da imprensa de denegrir minha pessoa e pessoas de meu convívio.