Política

Não há nenhum aspecto de crime de responsabilidade contra Dilma, diz Wagner

Não há nenhum aspecto de crime de responsabilidade contra Dilma, diz Wagner Não há nenhum aspecto de crime de responsabilidade contra Dilma, diz Wagner Não há nenhum aspecto de crime de responsabilidade contra Dilma, diz Wagner Não há nenhum aspecto de crime de responsabilidade contra Dilma, diz Wagner

Brasília – Assim como rechaçou as comparações das manifestações do domingo com a das Diretas Já, o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, afirmou nesta segunda-feira, 14, que a presidente da República, Dilma Rousseff, não é igual ao ex-presidente Fernando Collor e que os processos de impeachment não podem ser comparados. “É péssima essa comparação com Collor, ali havia efetivamente caso de corrupção ligado à Presidência, o que não é o caso agora”, afirmou, ressaltando que o processo em curso contra a presidente Dilma “é político.”

“Não tem nenhum crime de responsabilidade atribuído a presidente Dilma, o processo está sendo muito mais político, de tentar consertar a economia com impeachment”, afirmou.

Para Wagner, a saída de Dilma por meio do impeachment será um remédio ainda pior para a crise econômica, pois “vai paralisar o país por mais 120/180 dias”. “E ai perdemos mais um ano.”

Estratégia

Mesmo destacando que os protestos colocaram no centro da insatisfação a classe política, Wagner reconheceu que as manifestações devem ter animado a oposição a trabalhar com pelo afastamento de Dilma, mas disse que o governo continua confiante que tem os 172 votos para barrar o apoio do processo na Câmara dos Deputados. “Acho que teremos mais do que isso.”

O ministro afirmou que o governo está trabalhando para tentar reaglutinar a base e tentar se aproximar da oposição. “Estamos reunindo ministros, lideranças políticos e a depender da decisão do Supremo, que pode ser quarta-feira, pode começar o processo. Vamos começar a montagem da comissão e depois conversar com todo mundo”, afirmou. “Tenho tranquilidade para dizer que temos tudo para barrar processo na Câmara.”

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse na última sexta-feira que dará prosseguimento à abertura do processo de impeachment da presidente assim que o SupremoTribunal Federal (STF) decidir sobre os recursos da Câmara contra o rito de tramitação do impeachment definido pelo próprio STF. A decisão final do STF sobre o caso está marcada para esta quarta-feira, 16. Segundo Cunha, “45 dias são um prazo razoável para a tramitação do impeachment” na comissão.

PMDB

Wagner afirmou que, se o PMDB resolvesse desembarcar do governo durante a convenção nacional do último sábado, a notícia seria pior. “Foi uma decisão sabia para os dois lados”, afirmou. “Cada um vai ler do jeito que quiser, eu leio, por exemplo, que o PMDB não decidiu, ou melhor, decidiu ficar no governo”, completou.

O ministro minimizou o fato de o partido ter assinado a moção proibindo que peemedebistas assumam cargo no governo pelos próximos 30 dias e disse que é “preciso esperar os 30 dias” para ver se haverá desembarque.

Em um primeiro sinal de rompimento com o governo Dilma Rousseff, o PMDB aprovou nos sábado uma moção que impede que membros do partido assumam novos cargos no governo pelos próximos 30 dias. A proibição vale até o diretório nacional tomar uma decisão definitiva sobre o desembarque ou não da gestão da petista.

Com isso, o deputado Mauro Lopes (MG) fica impedido de assumir a Secretaria de Aviação Civil nesta semana. O ministério havia sido prometido ao PMDB de Minas Gerais em troca do apoio à recondução do Leonardo Picciani (RJ), aliado do governo Dilma, à liderança do partido na Câmara.

Wagner disse que o acerto com Lopes continua válido e que por ele o deputado poderia assumir o cargo “amanhã”. “Por mim, já tive a conversa com ele e assume até amanhã. Se a decisão dele está mantida ele assume amanhã”, afirmou.