Política

"Não houve golpe militar em 1964", afirma Bolsonaro

Bolsonaro ainda reclamou que a imprensa escolhe apenas os casos que afetaram militantes da esquerda para comentar

“Não houve golpe militar em 1964”, afirma Bolsonaro “Não houve golpe militar em 1964”, afirma Bolsonaro “Não houve golpe militar em 1964”, afirma Bolsonaro “Não houve golpe militar em 1964”, afirma Bolsonaro
Brasília – O deputado Jair Bolsonaro durante promulgação da Emenda Constitucional 77, que permite médicos militares trabalharem no SUS (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Brasília – O deputado Jair Bolsonaro durante promulgação da Emenda Constitucional 77, que permite médicos militares trabalharem no SUS (Antonio Cruz/Agência Brasil)

O candidato do PSL à Presidência da República, deputado Jair Bolsonaro, defendeu a ditadura militar (1964-1985) e disse que, se eleito, não vai abrir os arquivos do regime. O parlamentar afirmou ainda, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que os atos cometidos pelos militares se justificavam pelo “clima da época, de guerra fria”, e que teria agido da mesma maneira se estivesse no lugar deles.

“Não houve golpe militar em 1964. Quem declarou vago o cargo do presidente na época foi o Parlamento. Era a regra em vigor”, disse Bolsonaro. O presidenciável defendeu ainda as atuações dos militares em casos de tortura e também a figura do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra (1932-2015), a quem homenageou em seu voto durante o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. “Abominamos a tortura, mas naquele momento vivíamos na guerra fria”, justificou. Brilhante Ustra foi chefe do DOI-Codi, um dos principais centros de tortura durante a ditadura.

Bolsonaro ainda reclamou que a imprensa escolhe apenas os casos que afetaram militantes da esquerda para comentar. “Vocês só falam sobre casos da esquerda. Por que não falam sobre o atentado do aeroporto de Guararapes, em que morreu o Edson Regis?”, questionou, fazendo referência a um atentado a bomba ocorrido em Recife em 1966. “Um dos militantes da AP, não digo que estava lá, era o José Serra. Vamos botar o Serra nos banco dos réus então.”

Pressionado pelos jornalistas convidados a falar sobre a abertura dos arquivos da ditadura militar, o presidenciável disse duvidar que eles ainda existam. “Não vou abrir nada. Esquece isso aí, vamos pensar daqui pra frente”, desconversou.

Bolsonaro no ES

A agenda do pré-candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) no Espírito Santo está cheia. Segundo o deputado federal Carlos Manato, presidente da sigla no ES, o presidenciável desembarca nesta terça-feira (31), por volta das 18h e segue direto para o clube Álvares Cabral, em Vitória. Após o evento, ele participa de coletiva com jornalistas.

O segundo dia do candidato no Espírito Santo começa com uma reunião interna junto a aliados do partido. Depois ele se reúne com empresários da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio) e segue para o último compromisso, uma visita no Clube dos Oficiais do Espírito Santo.

Mudança

O PSL divulgou nota na tarde desta segunda (30), informando que, para não prejudicar a extensa agenda do candidato a presidente pelo partido, foi adiada a data da realização da convenção estadual, que também teve o local transferido. A convenção será realizada no último dia do prazo estabelecido pela legislação eleitoral (5 de agosto, domingo), no escritório do PSL no município da Serra.

Confira a agenda de Jair Bolsonaro em Vitória:

Terça (31)

18h – Chegada ao aeroporto de Vitória. Saída em carreata para o Clube Álvares Cabral.

19h30 – Pronunciamento.

21h – Entrevista Coletiva

Quarta (1/8)

7h às 9h – Café da manhã com os pré-candidatos do PSL (fechado).

9h30 a 11h30 – Participação no evento “Diálogo das Empresas Capixabas com os Presidenciáveis”, na sede da Fecomércio.

13h – Debate no Clube dos Oficiais (convites limitados e gratuitos disponíveis no local do evento)

16h – Partida para o Rio de Janeiro.