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Não sou operador de nada, nem de ninguém’, diz alvo da lava jato

Não sou operador de nada, nem de ninguém’, diz alvo da lava jato Não sou operador de nada, nem de ninguém’, diz alvo da lava jato Não sou operador de nada, nem de ninguém’, diz alvo da lava jato Não sou operador de nada, nem de ninguém’, diz alvo da lava jato

São Paulo e Guararema – Apontado pela força-tarefa da Lava Jato como operador de propinas da Odebrecht na Suíça, Bernardo Freiburghaus contestou nesta quinta-feira, 9, a relação entre os 135 telefonemas que trocou com o diretor da empreiteira Rogério Araújo – afastado do cargo depois de ser preso – e os repasses feitos para as contas na Suíça do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Em petição encaminhada ao juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações penais da Lava Jato, a defesa de Freiburghaus alega que ele “não é operador de nada, nem de ninguém”.

No documento, a defesa alega ainda que Freiburghaus é um “agente de investimentos” e que as acusações contra ele são “criação mental” da Procuradoria da República. “Com a devida vênia, as acusações formuladas contra o requerente são despropositadas, merecendo repúdio, por repousar em verdadeira criação mental da acusação, que vem dedicando ao requerente uma função nos fatos em apuração completamente dissociada da realidade”, afirma o texto da defesa de Freiburghaus.

Ao rastrear os 135 telefonemas entre Rogério Araújo, preso na fase Erga Omnes,da Lava Jato, em 19 de junho, e Freiburghaus, a força-tarefa identificou 28 conjuntos de ligações seguidas por operações nas contas de Costa até oito dias depois das conversas.

Sem explicar os repasses para as contas do ex-diretor da Petrobras, que afirmou em sua delação premiada que Freiburghaus operava para ele na Suíça o recebimento de propinas de empreiteiras, tendo recebido US$ 23 milhões da Odebrecht no país europeu, a defesa de Freiburghaus contesta a relação. Segundo o documento da defesa encaminhado ao juiz da Lava Jato, Rogério Araújo mantinha investimentos em fundos distribuídos pela Diagonal Investimentos, empresa de Freiburghaus.

“Nada mais razoável, lógico e natural, que o requerente (Bernardo Freiburghaus) mantivesse contato frequente com seus clientes, analisando riscos, divulgando novos produtos, oportunizando aumentos de carteiras. Essa era exatamente a sua função na condição de agente autônomo de investimento”, diz a defesa.

“Daí porque não é lícito pinçarem-se algumas ligações telefônicas, dentre mais de uma centena, ligações essas cujo conteúdo o MPF desconhece, para afirmar que o requerente sabia que transferências seriam feitas em prol do Sr. Paulo Roberto (Costa), muito menos que adviessem da empresa Odebrecht”, segue o documento.

Ao final, a defesa de Freiburghaus solicita ao magistrado o acesso a todos os documentos da investigação contra ele no âmbito da Lava Jato.