Política

No dia da prisão, mulher de Ribeiro disse que ele 'estava sabendo' de operação

No dia da prisão, mulher de Ribeiro disse que ele ‘estava sabendo’ de operação No dia da prisão, mulher de Ribeiro disse que ele ‘estava sabendo’ de operação No dia da prisão, mulher de Ribeiro disse que ele ‘estava sabendo’ de operação No dia da prisão, mulher de Ribeiro disse que ele ‘estava sabendo’ de operação

Logo após a prisão do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, na Operação Acesso Pago, a mulher dele disse que ele “já estava sabendo” que seria alvo da Polícia Federal (PF).

“Ele estava, no fundo, ele não queria acreditar, mas ele estava sabendo. Eu falei: ‘Pra ter rumores do alto é porque o negócio já estava certo'”, afirma Myrian Ribeiro ao comentar a prisão do marido em ligação interceptada pelos investigadores. O interlocutor foi identificado apenas como “Edu”.

Em manifestação enviada à Justiça Federal, o delegado Bruno Calandrini, responsável pela investigação, diz que a declaração “leva a crer” que o ex-ministro havia sido informado com antecedência sobre a possibilidade de uma operação.

Calandrini menciona ainda outra conversa grampeada, entre Milton Ribeiro e a filha, em que o ex-ministro diz ter recebido um alerta do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a possibilidade da Polícia Federal abrir buscas contra ele.

“Ele acha que vão fazer uma busca e apreensão em casa”, relata. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos na quarta-feira, 22, na Operação Acesso Pago, que chegou a prender Milton Ribeiro e os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. Eles foram liberados após conseguirem habeas corpus para aguardar as investigações em liberdade.

Após a soltura de Milton Ribeiro, por ordem do desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região, em Brasília, Calandrini passou mensagem interna na corporação em que afirma que o ex-ministro da Educação foi tratado com “honrarias” na sede da PF em São Paulo. O delegado denunciou ter havido “interferência” em favor do ex-ministro.

O inquérito, que havia sido transferido para a Justiça Federal em Brasília depois que Milton Ribeiro deixou o cargo em março e perdeu o foro privilegiado, foi enviado de volta ao Supremo Tribunal Federal (STF) diante das suspeitas de violação de sigilo e favorecimento pessoal.