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Nomes da equipe serão divulgados no momento oportuno, diz Moro

Nomes da equipe serão divulgados no momento oportuno, diz Moro Nomes da equipe serão divulgados no momento oportuno, diz Moro Nomes da equipe serão divulgados no momento oportuno, diz Moro Nomes da equipe serão divulgados no momento oportuno, diz Moro

O juiz federal Sérgio Moro afirmou na tarde desta terça-feira, 6, em coletiva de imprensa em Curitiba (PR), que, no momento oportuno, vai indicar os nomes que vão fazer parte do gabinete do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que ele vai assumir em janeiro, com a posse de Jair Bolsonaro (PSL). “Pretendo chamar pessoas absolutamente qualificadas e nomes da Lava Jato”, sinalizou.

Moro também disse que vai tentar repetir o mesmo padrão da Operação na gestão do ministério. Ele evitou tecer comentários maiores sobre projetos relacionados à pasta. Sobre o que prevê a regulamentação do lobby, ele se limitou a dizer que “parece bom, mas é complexo”.

Ele também criticou instrumentos protelatórios de processos. De acordo com Moro, o advogado não pode contar que o sistema de Justiça seja “garantia de impunidade”.

Sobre o pacote de medidas contra a corrupção que pretende anunciar, ele disse que ele será discutido com o Congresso Nacional. “A nossa tentativa é que propostas gerem um ciclo virtuoso para retomar padrões mais normais”, disse.

Moro também citou a Operação Mãos Limpas e lembrou que ele não conseguiu exterminar a corrupção na Itália. “Eu tomei a decisão que me pareceu melhor para termos os avanços que considero necessários para que não haja retrocesso no combate à corrupção”, comentou.

De acordo com Moro, a relação com demais Poderes será absolutamente harmônica e respeitosa. “Tudo será feito com base na Constituição, que não nos condena a ‘inefetividade'”, disse.

Coaf

O juiz afirmou ainda que, durante a conversa com o presidente eleito, foi colocada a ele a possibilidade de transferência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para o futuro Ministério da Justiça e da Segurança Pública.

“Ele (Coaf) é um importante instrumento de prevenção à lavagem de dinheiro. É preciso reestruturar e fortalecer o Coaf”, afirmou.

2ª instância e progressão de pena

Na coletiva, Moro defendeu encaminhar propostas “simples” e de fácil aprovação no Congresso Nacional como primeiras medidas de combate à corrupção. Entre as propostas defendidas por Moro, estão deixar claro na legislação a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância e o fim da progressão de pena para presos ligados a organizações criminosas.

“A progressão ressocializa, mas se existem provas de que o preso mantém vínculo com organização criminosa, isso significa que não está pronto para ressocialização”, disse Moro, afirmando que a intenção é desestimular a filiação de presidiários a organizações criminosas.

Além disso, Moro citou intenção de alteração nas regras de prescrição de crimes, uma regulação mais clara para operações que usam policiais disfarçados e proteção para denunciantes anônimos.

Moro quer aproveitar as chamadas Dez Medidas contra Corrupção apresentadas pelo Ministério Público Federal e que foram desfiguradas pelo Congresso em 2016 e o pacote de medidas apresentadas pelo movimento Transparência Internacional em parceria com a Fundação Getulio Vargas. Entre as propostas consideras de difícil implementação que estão no pacote, o juiz apontou a regulamentação do lobby.

Maioridade penal e porte de armas

O juiz federal disse, na coletiva, que adolescentes acima de 16 anos “já têm condições de percepção de que não pode matar”.

A fala foi resposta a uma pergunta sobre a opinião dele à PEC que reduz a maioridade penal para crimes graves. O presidente eleito, Jair Bolsonaro, que o convidou para o Ministério da Justiça e Segurança Pública, é favorável à medida.

Sobre a flexibilização do porte de armas, Moro disse que “parece que seria inconsistente ter opinião contrária” à de Bolsonaro e que há uma reclamação geral da população sobre o porte de armas. “As medidas são muito restritivas”, disse.

Moro também disse que, embora o foco de sua gestão no Ministério seja o do combate à corrupção, nenhuma área será negligenciada. “Evidentemente vai haver uma atenção às áreas indígena e de minorias”, disse.

O juiz admitiu ainda que confrontos policiais são uma possibilidade, pois há regiões do País dominadas por organizações criminosas. “Mas isso não significa que confronto policial é uma estratégia que possa ser seguida”, disse.